Aluísio Azevedo
Biografia
Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 14 de abril de 1857, filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Era o segundo filho do casal, nascendo depois do mais velho, Artur Azevedo, e antes de Américo Azevedo. Aluísio Azevedo fez seus primeiros estudos de pintura com o professor italiano Domingos Tribuzzi na cidade natal. Alimentava o sonho de prosseguir a formação na Academia Imperial de Belas Artes, para tornar-se pintor profissional. Em 1876 mudou-se para o Rio de Janeiro, a fim de frequentar o curso preparatório, mas viu esse sonho frustrado por falta de recursos financeiros. Passou a trabalhar na redação de periódicos humorísticos, tais como O Fígaro (1876), Mequetrefe (1877) e Comédia Popular (1878) para os quais realizou várias caricaturas. A morte do pai, em 1878, obrigou o jovem Aluísio a retornar para o lado da mãe, em São Luís do Maranhão. Permaneceu na província por três anos, participando da imprensa local. Lançou a folha O Pensador, de tendência nitidamente oposicionista, na qual fez fervorosa campanha anticlerical e redigiu matérias a favor da abolição da escravatura. Sua estreia como romancista ocorreu nessa fase ao escrever o livro Uma lágrima de Mulher (1879), a que se seguiu o lançamento de O Mulato (1880), cuja repercussão na cidade o conduziu de volta à corte, em 1881. Estando novamente no Rio de Janeiro, procurou ganhar a vida como escritor profissional. Redigiu contos, crônicas, peças de teatro e romances que divulgou em forma de folhetins nos órgãos da imprensa. Apesar da fertilidade criativa, a veia do romancista ganhou força para alçar voos mais elevados a partir dos bons resultados que os livros Casa de Pensão (1884), O Homem (1887) e, sobretudo, O Cortiço (1890) obtiveram ao enfrentarem debates importantes da vida social brasileira daquela época.
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O Ateneu
O Ateneu, impresso de janeiro a março de 1888 em folhetins da Gazeta de Notícias, pouco ou nada preserva das marcas mais ostensivas desse suporte, pois o interesse do livro não recai na trama, mas nas memórias e reflexões do narrador-personagem Sérgio sobre os dois anos de internato no colégio homônimo ao romance. Embora organizada cronologicamente, a obra não possui eixo narrativo central: registra, de maneira algo esparsa, episódios, pensamentos e intuições do protagonista, apresentando-se como "crônica de saudades", não como romance, já que o foco se desloca do entrecho para o enunciador, suscetível aos efeitos do tempo.
O Cortiço
Escrito num período de profundas transformações na paisagem urbana do Rio de Janeiro, captadas com o registo cru do naturalismo, que rejeitava qualquer forma de idealização do real, O Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele pode-se perceber com clareza a visão que os naturalistas tinham das reações sociais no desejo de enriquecimento que toma João Romão, a personagem principal. Um livro imprescindível em qualquer biblioteca clássica brasileira.
O Ateneu, impresso de janeiro a março de 1888 em folhetins da Gazeta de Notícias, pouco ou nada preserva das marcas mais ostensivas desse suporte, pois o interesse do livro não recai na trama, mas nas memórias e reflexões do narrador-personagem Sérgio sobre os dois anos de internato no colégio homônimo ao romance. Embora organizada cronologicamente, a obra não possui eixo narrativo central: registra, de maneira algo esparsa, episódios, pensamentos e intuições do protagonista, apresentando-se como "crônica de saudades", não como romance, já que o foco se desloca do entrecho para o enunciador, suscetível aos efeitos do tempo.
O Cortiço
Escrito num período de profundas transformações na paisagem urbana do Rio de Janeiro, captadas com o registo cru do naturalismo, que rejeitava qualquer forma de idealização do real, O Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele pode-se perceber com clareza a visão que os naturalistas tinham das reações sociais no desejo de enriquecimento que toma João Romão, a personagem principal. Um livro imprescindível em qualquer biblioteca clássica brasileira.