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Sobre o livro
Nascida da consciência que é, num mundo actual em constante evolução, preservar e transmitir às gerações futuras as tradições dos seus antepassados, esta reedição de Usos e Costumes de Barroso, retornada à estampa mais de 30 anos após a sua primeira edição, apresenta-se como a continuidade natural do trabalho que tem sido realizado na preservação da cultura barrosã. A primeira edição, lançada em 1972, surgiu da intenção de incutir outro alcance para o saber que se tinha distribuído em artigos dispersos pela imprensa regional, reunindo os estudos de Barroso da Fonte, António Fontes e Alberto Machado sobre a etnografia e antropologia da região do Barroso numa obra com o alcance espacial e temporal que o livro faculta.
Pareceu-nos ser importante a reedição deste Usos e Costumes de Barroso primeiro, para que possa estar novamente disponível aos interessados pela cultura barrosã, esgotada que está há muito a primeira edição; segundo, porque este trabalho é em si um documento que permite ao leitor aceder a uma imagem da realidade barrosã do fim dos anos 60. Apresentam-se assim, na íntegra, os estudos publicados em 1972. Procurando valorizar o conteúdo presente nesta nova edição, foram incluídos estudos recentes sobre aspectos essenciais da cultura tradicional barrosã, com um claro realce para a tradição oral. A própria linguagem do livro é fácil de acompanhar e, ao correr da pena, vamos encontrando no discurso a «fala» das gentes de Barroso em toda a sua originalidade. A cultura da terra, as formas de sociabilidade que propicia (o reconhecido comunitarismo barrosão) manteve um papel central nesta edição transmitindo ao leitor usos e costumes celebrados, como são as famosas chegas de bois ou as insólitas eiras de bosta.