Torto Arado
de Itamar Vieira Junior
Descubra mais
Sobre o livro
Prémio Leya 2018
Prémio Oceanos 2020
Um livro comovente que traz a herança dos clássicos
Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário. Intrigadas com uma mala misteriosa sob a cama da avó, pagam o atrevimento de lhe pôr a mão com um acidente que mudará para sempre as suas vidas, tornando-as tão dependentes que uma será até a voz da outra.
Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai desfazer-se com a perspectiva que cada uma tem sobre o que as rodeia: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, entre velas, incensos e ladainhas, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e a emancipação dos trabalhadores. Para isso, porém, é obrigada a partir, separando-se da irmã.
Numa trama tecida de segredos antigos que têm quase sempre mulheres por protagonistas, e à sombra de desigualdades que se estendem até hoje no Brasil, Torto Arado é um romance polifónico belo e comovente que conta uma história de vida e morte, combate e redenção, de personagens que atravessaram o tempo sem nunca conseguirem sair do anonimato.
Joana Matos Frias, professora, crítica literária e jurada do Prémio Oceanos
Comentários
-
Viciante
Fui transportado para os cenários do livro no primeiro capitulo e o desfecho surpreendeu.
Um livro que demonstra sem dúvida o porquê de ser prémio Leya. Mostra a coragem de tentar seguir um caminho melhor na vida, mas também a coragem de se manter fiel ás raízes e lutar pela sobrevivência. Sem dúvida um livro que não pode deixar de ler.
Esta é uma história de sensações e contrastes, sobre submissão a um modo de vida, por um lado, e busca de um futuro melhor e de um destino diferente, por outro. Faz lembrar romances como 'Lila' ou 'A estrada subterrânea' e é uma história comovente, que celebra não só a intensidade das emoções humanas, mas sobretudo a coragem, quer daqueles que ousam procurar um novo caminho, quer daqueles que permanecem e aceitam o rumo que lhes foi atribuído.