Persona
de Eduardo Pitta
Sobre o livro
Versão moderna de uma educação sentimental, Persona estabelece o confronto entre as exigências do corpo, a normatividade social e o policiamento do Estado durante os anos que precederam a descolonização.
«Persona, enquanto texto literário, é insólito, original, de grande qualidade literária, onde o tema das diferenças vai muito além do meramente sexual. Constitui-se de facto como um pequeno romance na medida em que cada um dos contos tem por herói a personagem de Afonso, apanhada em três momentos-chave da sua vida: aos 12, aos 18 e aos 22 anos. A cada idade corresponde a narrativa de uma forma de iniciação. Três etapas de um caminho em direcção à maturidade marcadas pelos encontros, pelos espaços: a escola, uma viagem ao deserto, a vida de guerreiro. Trata-se de um percurso de crescimento e, apesar da brevidade, os episódios revelam-no como a versão moderna de uma educação sentimental. O herói move-se na alta-burguesia, retrata-lhe os tiques e os podres, o discurso tanto mais elegante quanto escabroso, reproduz a snobeira de um distanciamento muito british.»
(Helena Barbas, Expresso)