O Vento que Desorienta o Caçador
de Arnaldo Santos
Sobre o livro
Apanhado de surpresa entre dois factos que representam uma ruptura na história do povo angolano independente (o Acordo de Bicesse, entre o MPLA e a UNITA, e as primeiras eleições multipartidárias), um grupo de jovens, sobreviventes de uma longa guerra, procura o modo de fazer face à incerteza que se instala nesse momento.
De origens diversas, de experiências diferenciadas, todos sentem, porém, que a solução para as suas vidas futuras se jogará naqueles momentos de pausa. O sentido mais agudo é, assim, o da urgência. Embarcam então no que, ao tempo, se perfilava como uma solução imediata: o garimpo de diamantes, a camanga...
Motivações, intrigas e pressentimentos iluminam essa urgente busca de riqueza como salvação de suas vidas soltas repentinamente pelo cessar da guerra. Mas no interior das personagens vai-se desenvolvendo também o inevitável confronto das suas acções com as suas consciências, das suas necessidades com seus valores.
O Vento Que Desorienta o Caçador é, afinal, o desatado vento da História soprando, indiferente, sobre a efémera vida dos homens.