O Século dos Genocídios
Violências, Massacres e Processos Genocidiários da Arménia ao Ruanda
de Bernard Bruneteau
Sobre o livro
«Genocídio: tipo de crime de massa em que um grupo é destruído, intencionalmente, na sua totalidade ou em parte, em nome de critérios nacionais, étnicos, raciais ou religiosos.» O Autor, especialista da questão do totalitarismo e da construção europeia, retoma a modelização das empresas exterminadoras do século XX vinculando-se particularmente à motivação e ao carácter ideológico da - «solução genocida» - procurando respeitar a singularidade própria de cada ambiente, de cada situação. Se a introdução e a conclusão desta obra correspondem a um trabalho de reflexão e de investigação histórica, e se o primeiro capítulo estuda uma espécie de pré-história do genocídio, os capítulos seguintes enumeram, estudam e analisam com uma enorme precisão as «passagens ao acto» do século, quer seja na Arménia em 1915 «a inauguração do genocídio moderno», «as políticas genocidas» na Rússia Soviética dos anos 1932-1933 e 1937-1949, «o genocídio extremo» contra os Judeus da Europa pelos nazis, «o genocídio impune» no Cambodja de 1975 a 1979, «o etnicismo genocidário do pós-guerra fria» com o exemplo do Ruanda e o aparecimento de uma jurisdição internacional permanente. Os dados fundamentais do problema estão associados à modernidade. No Cambodja, a «alta mortalidade» do demasiado curto tempo de paz é questionada pela sua amplitude vertiginosa, deixando muito além as taxas de desaparecimentos dos grandes totalitarismos comunistas, lenino-estalinista ou maoísta. A destruição de um quarto de uma população nacional revela-se consequência de uma intencionalidade política e ideológica pelo inventário das categorias de vítimas e dos tipos de mortalidade, portanto um genocídio. Na Arménia, a erradicação programada de uma presença arménia milenar no planalto da Anatólia foi motivada por uma autoridade de Estado agindo em nome de um projecto ideológico global estigmatizando um grupo, definido de forma religiosa e étnica e destruído como tal conduzida com celeridade e eficácia essa erradicação abre a era moderna do genocídio.
Esta obra constitui, pois, uma referência sobre a delicada questão do genocídio.
Primeiro porque dá uma definição muito clara da noção de genocídio, depois tem o mérito de oferecer ao leitor uma apresentação histórica e historiográfica sintética sobre cada um dos grandes processos genocidas estudados. A leitura dos acontecimentos é esclarecida com o contributo das novas teses e estudos sobre a problemática.