O Retrato de Casamento
de Maggie O'Farrell
Grátis
Sobre o livro
A autora de Hamnet visita agora a Itália renascentista para nos dar um inesquecível retrato ficcional da jovem duquesa Lucrezia de’ Medici, cuja vida decorre numa corte turbulenta. Estamos na Florença de 1560 e Lucrezia, a terceira filha do grão-duque, sente-se confortável com o lugar obscuro que ocupa no palácio, entregue às suas ocupações artísticas. Mas, quando a sua irmã mais velha morre na véspera do casamento com o soberano de Ferrara, Modena e Reggio, Lucrezia é inesperadamente lançada na ribalta política.
O duque de Ferrara não perde tempo para a pedir em casamento e o seu pai é rápido a conceder autorização. Mal saída da infância, Lucrezia entra numa corte que lhe é estranha, com costumes que lhe são desconhecidos e onde a sua chegada não é bem recebida por todos. Começa por não perceber se o seu marido Alfonso é o esteta sofisticado, amigo de artistas e músicos, que aparentava ser antes do casamento ou um político impiedoso que as próprias irmãs receiam. Enquanto posa para uma pintura que lhe promete que a sua imagem perdurará nos séculos seguintes, vai-se tornando evidente que a sua principal obrigação é gerar um herdeiro que garanta o futuro da dinastia de Ferrara.
Lucrezia de’ Medici, filha do Duque de Florença casou, aos treze anos, com Alfonso, Duque de Ferrara, dez anos mais velho. Logo no início do livro, ela diz-nos que o marido a vai matar. A autora criou uma história em torno destas personagens reais, com inspiração num poema de Robert Browning “A Minha Última Duqueza”. Fiquei surpreendida com a riqueza das descrições, que nos levam numa viagem temporal até ao final do renascimento. É um livro muito centrado nas personagens, especialmente em Lucrezia. E ela é realmente uma protagonista especial, pelo menos, para mim, foi. Com uma personalidade forte, mas ao mesmo tempo sensível e romântica, a duquesa conquistou-me pela sua força delicada. Presa a um casamento que não entende e que não a preenche e a uma sociedade paternalista, tem de viver com a angústia e a saudade. Uma narrativa com capítulos que alternam entre os últimos dias da duquesa e o seu passado, e um ritmo lento mas com um cheirinho de suspense. Foi uma leitura muito agradável que me pôs curiosa para ler “Hamnet”, um livro muito aclamado da mesma autora. Ficaram curiosos? Boas leituras! MJ¿¿