Sobre o livro
Entre o passado e o porvir, a descoberta de alguns segredos no diálogo com os mestres e as gerações novas.
A publicação enfim integral da correspondência trocada entre António Telmo e seus mestres Álvaro Ribeiro e José Marinho permite iluminar, nas páginas deste livro, essa surpreendente obra inédita que são os Diálogos do Mês de Outubro e trazer a lume novos factos que deitam por terra as ideias feitas sobre a Filosofia Portuguesa.
«É possível que as intrigas e a inveja de que António Telmo foi vítima, mas também a incompreensão com que algumas das suas teses se depararam, tenham acentuado a solidão a que já os caminhos da sua vida pessoal e profissional lhe haviam votado a via espiritual. Será também de admitir que essa solidão, por vezes, o fizesse mergulhar no marasmo de um tédio mal distinto da preguiça que ele mesmo confessa. ao longo das páginas do presente volume encontramos documentos que nos dão testemunho de um tal quadro.»
Pedro Martins
in Prefácio
É muito difícil não haver escolha num povo servido por três tradições. Dizer, por exemplo, que Cristo foi um profeta, se é herético do ponto de vista católico, não o é do ponto islâmico. do ponto de vista hebraico, isto é, do Velho Testamento, não se põe esse problema, que é posterior ao estabelecimento da Tradição. a filosofia portuguesa tende a ver no cristianismo um aperfeiçoamento do mosaísmo e não uma nova religião diferente ou oposta à primeira.»
António Telmo