Bifes da Meia-Noite

Leia e prove "Os Bifes da Meia-Noite" e fique a saber por que razão este livro foi considerado um dos três melhores livros de culinária do mundo!

O júri internacional do Prémio Gourmand (World Cookbook Awards) classificou "Bifes da Meia-Noite" (Edições Dinalivro 2006), de Carlos Consiglieri e Marília Abel, entre os três melhores livros de culinária do mundo. A categoria «Best in the World» (Melhor do Mundo), para a qual esta obra concorre com mais dois candidatos, será apurada em Beijing, na China, no próximo dia 07 de Abril de 2007 no jantar de gala desta instituição.
"Bifes da Meia-Noite" é um livro que ultrapassa largamente as fronteiras do género gastronómico em que se insere. As suas receitas remontam ao século XIX e são uma marca da vida cultural lisboeta, um eco da tradição boémia da cidade e até mesmo o símbolo de uma mentalidade em puro deleite com os estabelecimentos mais atrevidos que começam a servir jantares de forma rápida e fora de horas - é o caso dos Marrares, da Jansen, do Café Central e dos Martinhos, entre muitos outros estabelecimentos que disputam a sua glória. na Lisboa oitocentista estreiam-se certos modos de vida até então insuspeitos e uma nova clientela, entre os quais se destacam fãs exigentes, começa a criar opiniões e a debatê-las entre si: «Uns diziam que este é que era bom, outros comentavam que o melhor ainda era o outro, que tinham comido na véspera, no sítio tal. Ora, para que assim fosse, era necessário que o bife respondesse e superasse tão diferenciadas (e por vezes insólitas) opiniões, dignas de um verdadeiro gourmet.» (pág. 5)

Quando se lê "Bifes da Meia-Noite" e se põem em prática alguns dos seus ensinamentos, ouvem-se simultaneamente os «frufrus» dos vestidos queirosianos, que se arrastam pelo Chiado, à porta do São Carlos, por entre tipóias com figuras que querem ver e ser vistas. cada receita tem um sabor nostálgico e devolve-nos uma textura que se perdeu no tempo, para que certos sabores não se esgotem irremediavelmente na memória asfixiada dos tempos modernos. Algumas destas receitas reflectem um génio culinário em estado puro, inspirado, por certo, em figuras que lhe deram o nome - Bife à Eça de Queirós, Bife à Poeta, Bife à Beresford ou simplesmente Bife à Janota. Em comum tem o facto de se confeccionarem com cerveja preta, uma dose imensa de criatividade e permitirem fazer um pequeno milagre para felicidade do género humano.