A Vegetariana
de Han Kang
Grátis
Sobre o livro
Uma combinação fascinante de beleza e horror.
Ela era absolutamente normal. Não era bonita, mas também não era feia. Fazia as coisas sem entusiasmo de maior, mas também nunca reclamava. Deixava o marido viver a sua vida sem sobressaltos, como ele sempre gostara. Até ao dia em que teve um sonho terrível e decidiu tornar-se vegetariana. E esse seu ato de renúncia à carne - que, a princípio, ninguém aceitou ou compreendeu - acabou por desencadear reações extremadas da parte da sua família. Tão extremadas que mudaram radicalmente a vida a vários dos seus membros - o marido, o cunhado, a irmã e, claro, ela própria, que acabou internada numa instituição para doentes mentais. A violência do sonho aliada à violência do real só tornou as coisas piores; e então, além de querer ser vegetariana, ela quis ser puramente vegetal e transformar-se numa árvore. Talvez uma árvore sofra menos do que um ser humano.
Este é um livro admirável sobre sexo e violência - erótico, comovente, incrivelmente corajoso e provocador, original e poético. Segundo Ian McEwan, «um livro sobre loucura e sexo, que merece todo o sucesso que alcançou».
Na Coreia do Sul, depois do anúncio do Man Booker International Prize, A Vegetariana vendeu mais de 600 000 exemplares. Aplaudido em todos os países onde está traduzido, é um best-seller internacional.
Comentários
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Libertação
Yeong-hye, a protagonista deste livro, vê a sua vida transformada no dia em que, após um estranho sonho, decide tornar-se vegetariana. A repulsa por carne por parte de Yeong-hye vai levá-la a fazer profundas transformações na sua vida. O vegetarianismo é o um ponto de partida para uma rebelião pessoal, que levará Yeong-hye simultaneamente à destruição e à total libertação das amarras sociais.
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Primeiro estranha-se, depois entranha-se
É uma história estranha, bizarra e extremamente bem escrita que me prendeu logo a partir da primeira página. É contada a três vozes. A primeira parte é contada pelo marido da vegetariana e, para além de começarmos a perceber o que levou a protagonista a ser vegetariana, dá-nos a conhecer subtilmente uma parte da cultura asiática, a cultura em que a mulher é criada para satisfazer as necessidades do homem. A segunda parte é contada pelo cunhado e mostra-nos até onde pode ir a "taradice" humana. A terceira parte é contada pela irmã e questiona-nos até que ponto somos completamente livres.
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A Vegetariana
Revolto literário. Um texto de afirmação de liberdade, de escolha de dizer não e dizer o silêncio. O outro lado do espelho, não de Alice nem de maravilhas, mas de uma mulher metáfora. Do direito a ter voz e decisão, de seguir o sonho que se revela independentemente da orientação ou imposição dos restantes. Do deixar de ser o resto e sermos o que quisermos. Do querer morrer no corpo que nos impuseram. Do fim da submissão… O fim da carne, o fim do sentir o sangue e ser como as árvores dentro da terra, contemplando o sol que a tudo faz crescer. O ser vegetariano como forma de deixar de seguir no rebanho do contentamento e seguir na contenda interior. Da dignidade que é nossa, apenas.
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Delicado e Transformativo
Uma leitura que nos envolve e absorve nas suas páginas. Han Kang não é uma estranha na literatura sul-coreana e este livro demonstra-o na perfeição. Na Coreia do Sul o Vegetarianismo ainda não é um "movimento" muito divulgado, sendo a história da protagonista Yeong-hye pouco usual e considerada por muitos como uma bizarra tentativa de pedir atenção e um desvio normativo social. O seu percurso (se o interpretarmos como uma metáfora) durante a narrativa poderá ser encontrado em muitos lugares-comuns pela leitora feminina. Uma leitura comovente que nos mergulha um pouco na cultura Sul-Coreana.
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A Vegetariana
O livro de Han Kang teria de ser muito bom para bater os grandes nomes dos finalistas do Man Booker International Prize (por exempolo Elena Ferrante, José Eduardo Agualusa e o Nobel Pahmuk) e logo nos primeiros capítulos não desilude. Somos levados ao extremo do radicalismo por uma mulher absolutamente normal, que desencadeia uma reação em cadeia na família e nos conhecidos, "apenas" por se ter tornado vegetariana. A relação entre o casal degrada-se, enquanto a relação da mulher com ela própria se valoriza. Uma obra que traz à luz as questões de diferença de género, tão enraízadas em certas culturas. Um livro que merece sem dúvida o galardão do Man Booker e que figurará na estante dos melhores livros escritos.
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vegetariana
Com leves traços do "Mestre" Murakami, é um texto frio, mordaz mas, sem dúvida, viciante desde a primeira página... Explora a complexidade da mente humana e dos seus cantos mais obscuros, dos quais não falamos mas que fazem parte de todos nós. Recomendo.
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Arrebatador!
Romance que retrata o belo e o horrível, o sexo e a violência, onde a personagem principal, depois de um sonho, decide-se tornar vegetariana. A reacção de quem convive com ela não é das melhores, inclusive a do marido. Todos a acham louca, tendo mesmo reacções de nojo. Romance que é espelho da sociedade onde o comportamento padrão permanece e a diferença é vista de forma "anormal". Livro absorvente e muito profundo.
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A Vegetariana
Profundo, excepcional, poderoso, doloroso, enervante... simplesmente UAU. Este é o tipo de livro que levanta mais perguntas que respostas, sem direito a redenção ou resolução. A escrita é precisa e a narrativa extraordinariamente bem construída, abordando temas como a misoginia e perturbações mentais, de uma forma crua, mas subtil e poética. O leitor vai-se sentir cativado e perturbado ao mesmo tempo, impressionante! Vencedor mais que merecido do Man Booker International Prize 2016!
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Han Kang deixou-me intrigado com este romance que tanto sucesso teve. Sinto que a promessa que é feita ao leitor no início perde-se depois no desenrolar da história - não deixando no entanto de ter bonitas e tenebrosas passagens sobre o desespero humano. O problema da personagem principal apresenta-se inicialmente como real e próximo do leitor. Contudo, a autora deixa-se afundar pelo enredo, pelo que os comportamentos das personagens deixam-nos de parecer verosímeis. Apesar de tudo, continua a ser uma leitura interessante e estimulante, revelando certos medos e temores do ser humano e da sociedade em que estamos inseridos. Uma autora para descobrir e continuar a seguir!
Uma história diferente, intensa, perturbadora. Que nos choca e nos prende em simultâneo. A história de uma mulher que se tornou vegetariana após um sonho e todas as consequências que isso trouxe na sua vida e na dos que a rodeiam.
Trata-se de um livro que retrata um sonho e os eventos sanguinolentos que daí decorrem. É estranho chegar-se à realização de que os sonhos tanto influenciam a nossa vida, mas é exactamente isso que acontece à nossa protagonista. Após um vermelho e significativo sonho esta mulher coreana deixa completamente de ingerir carne. A partir de então, tudo lhe acontece.
Esta história passa-se na Coreia no Sul, onde uma senhora começa a ter pesadelos que a levam a extremos, uma família com os seus segredos, o que pode correr bem? Nada.
Li este primeiro livro de Han Kang após o segundo. São dois livros muito diferentes, mas igualmente muito fortes na temática abordada. Neste caso, temos uma visão muito perturbadora de algo que é, aparentemente, simples - o ser vegetariano. Mesmo sendo, na minha opinião, o livro da autora mais acessível, deixa-nos uma perspectiva surreal não só da sociedade sul-coreana, como também das relações (ou falta delas) entre familiares, arte e loucura.