A Guerra das Salamandras
de Karel Capek; Tradução: Lumir Nahodil
Sobre o livro
Já muito se disse sobre A Guerra das Salamandras (1936): livro de culto, conto filosófico hilariante, distopia visionária. Esta visão satírica de uma loucura abissal, segundo Thomas Mann, remonta ao momento em que, ao largo da ilha de Tana Masa, o capitão Van Toch descobre salamandras inteligentes, bichos afáveis e cordiais, longe de imaginar que elas mudariam o mundo.
Em breve, estes operários do mar estão no centro de um lucrativo comércio mundial, tornam-se cobaias científicas e atracções em jardins zoológicos, vítimas de bem-intencionadas Sociedades para a Questão Salamandrina e de arautos do comunismo global, são linchados nos EUA e temas de sondagens em tablóides (As Salamandras Têm Alma?).
Toda a classe salamandrina porá então os olhos na humanidade e, seguindo o seu exemplo, reivindicará o planeta. A Guerra das Salamandras é não só a obra-prima de Karel Capek, publicada em plena ascensão do nazismo, mas também a história de um tiro no pé desferido pela nossa própria espécie e de um desastre épico patrocinado alegremente pela ganância internacional e pela tolice humana.
Escrito com uma fina ironia, esta é, para qualquer amante de distopias, uma excelente adição à sua biblioteca. Uma metáfora muito bem conseguida sobre a sociedade e os suas diferentes camadas sociais. Se gostou de "1984" ou "O Admirável Mundo Novo" não deve deixar de ler este.