A dança das estrelas
de Emma Donoghue
Descubra mais
Grátis
Sobre o livro
Dublin, 1918.
Numa Irlanda duplamente devastada pela guerra e doenças, a enfermeira Julia Power trabalha num hospital sobrelotado e com falta de pessoal, onde grávidas que contraíram uma gripe desconhecida são colocadas em quarentena. Neste contexto já bastante difícil de gerir, Julia terá ainda de lidar com duas mulheres enigmáticas: a Dra. Kathleen Lynn, procurada pela polícia por ser uma líder revolucionária do Sinn Féin, e uma jovem ajudante voluntária sem experiência de enfermagem, Bridie Sweeney.
É numa enfermaria minúscula, escura e sem condições, que estas mulheres vão lutar contra uma pandemia desconhecida, perder pacientes, mas também trazer novas vidas ao mundo. No meio da devastação, histórias de amor e humanidade no dia a dia de mães e cuidadoras que, de várias formas, acabam por cumprir missões quase impossíveis.
Washington Post
New York Times
Kirkus Reviews
Comentários
-
Intenso!
Intenso, forte, tudo acontece muito rápido e no fundo são só 3 dias e um quarto de hospital. Um hospital, uma pandemia de gripe Influenza. Ano de 1918, cidade de Dublin fragilizada pela primeira guerra mundial. Como com a descrição de uma enfermaria ficamos a conhecer melhor uma sociedade, a forma como as mulheres são vistas, os seus direitos (e a falta deles). As sequelas que a guerra deixa naqueles que lhe sobrevivem. Aproximadamente 100 anos depois fomos expostos a nova pandemia, novo vírus, novas incertezas (e certezas). Fiquei com vontade de ler mais da autora. Venham lá novas aventuras! Obrigada Emma pela viagem :)
-
Fabuloso
Estamos em Dublin, no ano de 1918, onde uma gripe desconhecida tem colocado as pessoas em quarentena. Julia Power é enfermeira e trabalha num hospital, sobrelotado e com falta de pessoal. Sendo que Julia está a gerir uma pequena enfermaria, onde grávidas com a gripe são internadas. Com a falta de pessoal, Julie acaba por ter a ajuda de Bridie Sweeney, uma jovem voluntária, e também cruza-se com a Dra. Kathleen Lynn, que é procurada pela polícia por ser uma líder revolucionária do Sinn Féin. Durante três dias vamos acompanhando o trabalho e a luta de Julia, com todas as dificuldades que tem que enfrentar. Não só os problemas de saúde das suas pacientes, mas também preconceitos de terceiros. Acho que é impossível não fazermos o paralelismo com a actual pandemia. Hospitais lotados, falta de médicos, mas também ver o quanto as mentalidades médicas e científicas evoluíram. Não só na necessidade do uso de máscara, mas, acima de tudo, em procedimentos e prescrições médicas, neste caso concreto, para mulheres grávidas. Apesar de a narrativa decorrer apenas durante três dias, a acção vai decorrendo lentamente, mas as descrições de Emma Donoghue são tão vívidas que sentimos que estamos presentes naquela enfermaria! E temos as personagens, confinadas, num pequeno espaço e onde o clima de tensão é quase permanente, devido a todas as incógnitas da gripe e dos próprios partos. E as personagens, tão bem caracterizadas que se tornam reais. Um aspecto que pode dificultar a leitura a algumas pessoas é a ausência de capítulos, estando o livro, unicamente dividido em quatros partes – vermelho, castanho, azul e preto – as quatro cores que caracterizam a evolução da Cianose, a falta de oxigenação do sangue. Para vos aguçar ainda mais a curiosidade, digo-vos que Dra. Kathleen Lynn é uma personagem real ¿ Uma história absolutamente incrível, crua e dura, mas tão real!
É verdadeiramente arrepiante chegar ao final deste livro e apercebermo-nos do paralelismo traçado entre a crise da gripe espanhola na década de 20 e a pandemia que nos encontramos a viver desde 2020. Como tanto mudou (em termos medicinais) e como nada mudou (a humanidade). Um romance cativante que não nos larga e que não nos permite descansar até se encontrar totalmente lido, apesar de não ter ficado agradada com o desenrolar final da história. Recomendo!
Uma mulher na casa dos 20, outra nos 30 e outra nos 40. As diferenças monetárias saltam à vista e abrem um fosso ainda maior entre as pessoas. A forma como os homens lideravam o mundo e tratavam a mulher como um ser inferior, o direito ao voto, o facto de não podermos ter certas profissões como eles tinham... O que a guerra e as pandemias deixam na nossa sociedade. Gatilhos: Procedimentos médicos, descrição de partos, perdas gestacionais. Fico muito assustada com algumas semelhanças com a pandemia atual. E a maneira como tiveram de gerir infraestruturas. As descrições da autora são muito boas, fazem com que sintamos que somos parte da história! Uma história em que as mulheres lutam por um espaço na história e que demonstram daquilo que são feitas. A forma como a medicina mudou, os mitos e crenças da altura que perduram até hoje tentando adivinhar o sexo da criança pelo formato da barriga. A inocência das grávidas deste livro deixa-me feliz e orgulhosa por hoje em dia falarmos abertamente da sexualidade e partos... É um livro que nos mostra que as pessoas não são preto no branco, que temos de dar o braço a torcer e conhecer as suas histórias de vida.
Emma Donoghue traz-nos, desta vez, um livro repleto de emoções fortes e cenário algo pesados, que abordam temas muito sensíveis como, por exemplo, como lidar coma morte directamente, abusos não só físicos como também psicológicos em casas de acolhimento, entre outros. "A Dança das estrelas" é uma história que promete não deixar nenhum leitor indiferente!
Acompanhamos o desenvolvimento da enfermeira Julia Power na ala de Infecciosas/Maternidade num hospital em pleno cenário da devassadora gripe espanhola. Assistimos, a um ritmo alucinante, ao leque de decisões que a personagem tem de tomar com vista a preservar a vida destas mulheres e dos seus bebés mesmo que isso implique quebrar algumas das regras mais austeras da instituição. Um romance de cortar a respiração.