Crime E Castigo
de Fiódor Dostoiévski
Sobre o livro
Datado de 1866, Crime e Castigo é o primeiro dos grandes romances que Dostoiévski escreveu - já em plena maturidade literária - e, provavelmente, a mais bem conhecida de todas as suas obras. Recriando um estranho mundo em torno da figura do estudante Raskólnikov, atormentado pelas privações e duras condições de vida, este é por excelência um dos livros fundadores da modernidade literária. Pelo inexcedível alcance e profundidade psicológica, sobretudo no que respeita às motivações não conscientes e à aparente irracionalidade dos comportamentos das personagens, Dostoiévski tornou-se uma referência universal na literatura.
Comentários
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Profundidade complexa
De uma complexidade extrema, mas maravilhosamente construído. Leva-nos a querer defender um assassino, leva-nos a ficar do lado dele. Dois volumes cheios de Psicologia, sem se falar de Psicologia. Para a época, está muito bem desenhado do ponto de vista emocional. A forma como são expostas as ideias, o suceder dos acontecimentos, tudo numa progressão racional, tendo em conta os imprevistos relatados. Demorei algum tempo a digeri-lo, mas fiquei saciada! Uma obra esplendorosa! Diria que continuarei a ler Dostoiévski no futuro. Foi um gosto!
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Uma obra-prima
Este foi o primeiro livro que li de Dostoiévski e tinha algum receio de não gostar ou de me aborrecer por ser um livro de mais de 500 páginas sobre um tema tão pesado. Afinal, prendeu-me de tal forma que não o consegui pousar e em menos de uma semana terminei. Mais do que a história de um crime, este é um livro sobre o eterno conflito da racionalidade com a irracionalidade, com um protagonista de uma profundidade psicológica tal que nos absorve por completo para a sua neurose e sofremos com ele todos os sentimentos de culpa, medo ou delírio. Sem dúvida, um livro a revisitar e um escritor que espero vir a conhecer muito melhor. Também aconselho vivamente esta tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra que concede às palavras de Dostoiévski uma riqueza que não se encontra noutras traduções que já tive oportunidade de consultar.
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Um romance com profundidade psicologica
Raskolnikov é um jovem estudante de direito, pobre, com uma vontade incomensurável e obsessiva de concretizar algo importante. Perante o grau de penúria em que se encontrava comete um crime que acaba por culminar com um assassinato. É um romance com grande profundidade psicológica, no qual sentimos cada ansiedade, medo e repulsa da personagem principal perante o crime cometido. “Enlouquecemos” a par da personagem.
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intenso
Dramático e duro mas ao mesmo tempo tão bom e tão bem escrito que quase conseguimos sentir a Rússia em todo o seu esplendor por muito bom e mau que ela pudesse ser...
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Crime e Castigo
Fico triste por saber que não há ninguém capaz de vir aqui comentar o quão bom e revolucionário este livro é e continua a ser ao fim de quase século e meio, enquanto livros sobrenaturais estão carregados de comentários de pessoas ignorantes que não sabem o que é verdadeiramente uma obra de arte literária. Dostoiévski era um revolucionário que explorou a noção de "ordinário" e "extraordinário", marcando a sua diferença entre o "eu" e os outros, criticando a sociedade de uma forma a que poucos ousaram. Penso que deviam ler este livro e pensar sobre ele, porque precisamos de mentes brilhantes que comecem a pensar sobre como mudar este mundo em degradação em que vivemos e lutar pela sua mudança.
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Provavelmente a obra-prima de Dostoiévski, Crime e Castigo não só é um exemplo perfeito do realismo literário que inspirou autores portugueses como Eça de Queirós, mas também um forte comentário político sobre a Russia czarista e a pobreza vivida no séc. XIX. É também um ensaio filosófico sobre a redenção do homem, o peso da culpa e a inevitabilidade do castigo.
Já muito se disse e se escreveu sobre esta obra prima publicada em 1866. Pois ainda muito falta dizer e escrever. O livro pode ser lido como um romance (ficção) ou como um ensaio filosófico, psicológico, sociológico ou mesmo histórico. As abordagens são múltiplas assim como múltiplas são as reações que geram no leitor. Deixo algumas pistas. O livro é uma ilustração da sociedade russa de finais do século XIX. Como pode o mal esconder-se sob a capa do bem? Até onde pode descer a dignidade humana? Será que um homicídio é um mal mesmo quando dele podem surgir benefícios para a humanidade?