Pensa-se, por vezes, que já foi tudo dito sobre o ensino primário, básico e secundário e que a escola pública está condenada a gerir tanto quanto possível uma situação caracterizada por um défice inevitável de qualidade, de equidade e de sentido. Mas tal não é o caso, bem pelo contrário. Nas nossas sociedades em mutação profunda, em que a educação continua a ser mais do que nunca um dos eixos fundamentais da mudança, existem realmente perspetivas que são simultaneamente inovadoras, realistas e equitativas.

Esta obra tenta identificá-las através de algumas questões-chave: num contexto de sobrecarga dos programas escolares, haverá conteúdos prioritários, competências prioritárias, abordagens pedagógicas prioritárias? Entre o demasiado prudente e o demasiado ousado, como introduzir diferentes inovações tais como a aprendizagem através das situações, a interdisciplinaridade ou ainda a utilização das TIC (Tecnologias de Informação e de Comunicação em educação)? Como levar os alunos a integrarem e, por conseguinte, a transferirem os conhecimentos adquiridos?

Uma primeira parte desta obra diz respeito à elaboração dos currículos: a formulação de um perfil de saída do aluno, a conceção das aprendizagens, o papel das disciplinas e a relação entre elas, bem como as bases da avaliação dos conhecimentos adquiridos. Uma segunda parte, orientada para as aprendizagens, desenvolve um conjunto de reflexões e de pistas que visam equipar os professores para analisarem e fazerem evoluir as suas práticas de ensino.

Este livro reflete a operacionalização de uma conceção construtivista e praxeológica de uma abordagem curricular, que coloca no centro as aprendizagens dos alunos e as suas competências, tendo como corolário a evolução das práticas educativas com um objetivo de eficácia.