Viriato Soromenho-Marques
Biografia
Viriato Soromenho-Marques (1957) é professor catedrático de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, lecionando nos cursos de Filosofia e de Estudos Europeus. É membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia da Marinha, e conselheiro especial da Fundação Oceano Azul. Tem desenvolvido uma intensa atividade de docente, investigador e conferencista nas áreas do Ambiente, Assuntos Europeus e da Filosofia Política, com particular destaque para os fundamentos teóricos do federalismo. Tem uma vasta bibliografia nacional e internacional nestes domínios, tendo desempenhado entre outras funções as de vice-presidente da Rede Europeia de Conselhos do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (EEAC), entre 2001 e 2006; membro do Grupo de Alto Nível para a Energia e as Alterações Climáticas da Comissão Europeia (2007-2009); e coordenador científico do Programa Gulbenkian Ambiente (2007-2011). Tem colaboração regular na comunicação social escrita e audiovisual. De entre os estudos sobre temas europeus, destacam-se os seguintes ensaios: Europa: o Risco do Futuro (1985); Europa: Labirinto ou Casa Comum (1993); coordenação da obra Cidadania e Construção Europeia (2005); Portugal na Queda da Europa (2014).
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Regressar à Terra
O primeiro ensaio do livro refere-se a uma conferência proferida em Maio de 1986. Nessa data, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera atingia 350 partes por milhão (ppm). Em Maio de 2020, a concentração já havia escalado para 417 ppm. O que significa isso? Se a concentração de dióxido de carbono tivesse permanecido ao nível de 1986, a estabilidade climática da Terra teria sido salvaguardada com apenas pequenas diferenças. Pelo contrário, os actuais valores de gases de efeito de estufa são apenas comparáveis aos do Plioceno, que nos faz recuar de 2 a 5 milhões de anos. Nessa altura, o nível médio do mar (NMM) estava 25 metros mais elevado e a temperatura média era 2 a 3ºC superior.
Entre 1986 e 2021 não passaram apenas 35 anos lineares. A intensificação da crise ambiental levou-nos, de certo modo, a mudar de planeta, tal a magnitude das transformações ocorridas. Como poderia ser de outro modo, quando vemos como a humanidade continua a ser atingida pela pandemia de Covid-19, cuja origem é inseparável de uma das dimensões fundamentais da crise ambiental: a destruição dos habitats e a diminuição abrupta da biodiversidade, principais causas para a multiplicação de zoonoses nos últimos 40 anos?
Em 2021 as perspectivas sobre o futuro não podem deixar de ser mais sombrias do que pareciam ser no ano da primeira edição, em 1994. A vitória mundial do neoliberalismo, infelizmente, não trouxe democracias com políticas públicas de regulação dos mercados e de protecção ambiental. Pelo contrário. Os governos limitaram-se a facilitar o imenso processo de acumulação de riqueza por uma nova elite financeira, à custa da destruição intensiva das condições biofísicas de suporte da vida em geral, e da vida humana em particular.
Por isso, entre 1988 e a actualidade foram emitidos mais gases de efeito de estufa de origem antrópica do que em toda a história humana anterior. Urgência redobrada, dificuldades incrementadas, margem de manobra menor. Contudo, não existe alternativa a continuar a luta para merecer o futuro. Com pensamento e acção. Quando tudo parece impossível e perdido, é mesmo quando desistir não constitui sequer uma opção.
Entre 1986 e 2021 não passaram apenas 35 anos lineares. A intensificação da crise ambiental levou-nos, de certo modo, a mudar de planeta, tal a magnitude das transformações ocorridas. Como poderia ser de outro modo, quando vemos como a humanidade continua a ser atingida pela pandemia de Covid-19, cuja origem é inseparável de uma das dimensões fundamentais da crise ambiental: a destruição dos habitats e a diminuição abrupta da biodiversidade, principais causas para a multiplicação de zoonoses nos últimos 40 anos?
Em 2021 as perspectivas sobre o futuro não podem deixar de ser mais sombrias do que pareciam ser no ano da primeira edição, em 1994. A vitória mundial do neoliberalismo, infelizmente, não trouxe democracias com políticas públicas de regulação dos mercados e de protecção ambiental. Pelo contrário. Os governos limitaram-se a facilitar o imenso processo de acumulação de riqueza por uma nova elite financeira, à custa da destruição intensiva das condições biofísicas de suporte da vida em geral, e da vida humana em particular.
Por isso, entre 1988 e a actualidade foram emitidos mais gases de efeito de estufa de origem antrópica do que em toda a história humana anterior. Urgência redobrada, dificuldades incrementadas, margem de manobra menor. Contudo, não existe alternativa a continuar a luta para merecer o futuro. Com pensamento e acção. Quando tudo parece impossível e perdido, é mesmo quando desistir não constitui sequer uma opção.
bibliografia
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