Odete Costa Semedo
Biografia
Maria Odete da Costa Semedo é uma escritora da Guiné-
Bissau. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa, foi presidente da Comissão Nacional para a
UNESCO-Bissau. Fundadora da Revista de Letras, Artes e
Cultura Tcholona, publicou um livro de poemas "Entre o Ser
e o Amar", em Bissau (1996). É actualmente investigadora,
na capital guineense, do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas, para as áreas de Educação e Formação.
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As Mandjuandadi
As vozes-mulheres percorrem o livro, que se debruça sobre as cantigas de mandjuandadi, as cantigas de dito, percebendo-as como importante manifestação cultural da Guiné-Bissau. As cantigas de mandjuandadi são examinadas com o olhar atento da pesquisadora, interessada em compreender os cantos de mulheres, deslindando os fios que os entretecem no espaço da oralidade bem como os entrelaçamentos de motivos, tons, vozes e modulações que alcançam uma expressividade singular.
A tradição do canto expresso nas Mandjuandadié posta em comparação com os panos de tear que vestem os corpos em cerimônias tradicionais como a de casamento, em que são estendidos no chão a ser pisado pelos noivos. O pano de tear transforma-se em bela metáfora, que faz dele texto, texto tecido com palavras, texto que acolhe as pulsações dos cantosde mulheres, texto que se faz livro com suas várias bandas como tiras costuradas pelas interações entre o ritmo do corpo, no canto, e o ritmo que movimenta o tear.
Cantigas e poemas são universos culturais que se entrelaçam nas páginas do livro em que as vozes-mulheres se juntam ao trabalho de poetas que consagram, no campo da literatura, a criatividade que faz com que o poema brote de sementes cultivadas no chão das diferentes culturas do país. Pano e cabaça são estratégias para se alcançar o pulsar dos cantos de mulheres que formam as mandjuandadi e dos poemas que Odete Costa Semedo colheu no chão da moderna poesia cultivada em seu país.
A tradição do canto expresso nas Mandjuandadié posta em comparação com os panos de tear que vestem os corpos em cerimônias tradicionais como a de casamento, em que são estendidos no chão a ser pisado pelos noivos. O pano de tear transforma-se em bela metáfora, que faz dele texto, texto tecido com palavras, texto que acolhe as pulsações dos cantosde mulheres, texto que se faz livro com suas várias bandas como tiras costuradas pelas interações entre o ritmo do corpo, no canto, e o ritmo que movimenta o tear.
Cantigas e poemas são universos culturais que se entrelaçam nas páginas do livro em que as vozes-mulheres se juntam ao trabalho de poetas que consagram, no campo da literatura, a criatividade que faz com que o poema brote de sementes cultivadas no chão das diferentes culturas do país. Pano e cabaça são estratégias para se alcançar o pulsar dos cantos de mulheres que formam as mandjuandadi e dos poemas que Odete Costa Semedo colheu no chão da moderna poesia cultivada em seu país.