Lira Neto
Biografia
Lira Neto nasceu em Fortaleza, em 1963. Jornalista e escritor, tem doze livros publicados e foi por quatro vezes recipiente do prémio Jabuti, nomeadamente com as suas biografias Padre Cícero: Poder, fé e guerra no sertão (2009), vencedor do Jabuti em 2010, e a trilogia Getúlio (2012-14), cujo segundo volume foi premiado em 2014. Estudou Filosofia e Comunicação e, antes de se dedicar ao jornalismo, foi professor de História e de Literatura. Com prefácio de Esther Mucznick, Arrancados da Terra, reconstitui a história e a trajetória dos judeus sefarditas, expulsos da Península Ibérica pela Inquisição, que se refugiaram na Holanda, ocuparam o Brasil e ajudaram a construir Nova Iorque.
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Arrancados da Terra
Entre os séculos XVI e XVIII, ser judeu em Portugal e respetivas colónias significava viver sob um regime de terror permanente. A Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício, constituía um autêntico Estado dentro do Estado, com poderes absolutos na repressão a crimes religiosos, dos quais professar o judaísmo era um dos mais graves. Denunciados por inimigos, ou mesmo por parentes sob a coação dos inquisidores, os judeus que recusavam a conversão sumária eram submetidos a prolongadas prisões e torturas.
Insistir no danado erro da apostasia levava à fogueira. Restava lhes esconderem se ou fugirem. Milhares de judeus sefarditas abandonaram Portugal e fixaram se noutros países europeus, nomeadamente na Holanda, em cuja capital se desenvolveu uma próspera colónia israelita de origem lusitana nas primeiras décadas do século XVII. A salvo da censura e da repressão, floresceu uma brilhante geração de rabinos, intelectuais e pensadores revolucionários.
Depois da invasão holandesa do Nordeste brasileiro, na década de 1630, muitos judeus cruzaram o oceano para aí tentar uma vida melhor. E aí prosperaram, até ao retorno do jugo português e da Inquisição, que os obrigou a recomeçar a sua jornada incessante em busca da Nova Canaã.
Dos cárceres do Santo Ofício à esperança do Novo Mundo, o reputado jornalista e biógrafo Lira Neto mapeia as vidas errantes dos pioneiros que formaram a primeira comunidade judaica das Américas, no Recife, e que ajudaram a construir Nova Iorque.
Insistir no danado erro da apostasia levava à fogueira. Restava lhes esconderem se ou fugirem. Milhares de judeus sefarditas abandonaram Portugal e fixaram se noutros países europeus, nomeadamente na Holanda, em cuja capital se desenvolveu uma próspera colónia israelita de origem lusitana nas primeiras décadas do século XVII. A salvo da censura e da repressão, floresceu uma brilhante geração de rabinos, intelectuais e pensadores revolucionários.
Depois da invasão holandesa do Nordeste brasileiro, na década de 1630, muitos judeus cruzaram o oceano para aí tentar uma vida melhor. E aí prosperaram, até ao retorno do jugo português e da Inquisição, que os obrigou a recomeçar a sua jornada incessante em busca da Nova Canaã.
Dos cárceres do Santo Ofício à esperança do Novo Mundo, o reputado jornalista e biógrafo Lira Neto mapeia as vidas errantes dos pioneiros que formaram a primeira comunidade judaica das Américas, no Recife, e que ajudaram a construir Nova Iorque.