Júlio Henriques
Biografia
Júlio Henriques é tradutor, publicista e editor, mais recentemente da revista Flauta de Luz. Dedica-se a uma arte exigente, o assobio planado, que se pratica através do apuramento de uma coisa rara, os tintos sem pesticidas. Depois de Deus Tem Caspa, regressa agora com Alucinar o Estrume.
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Revista Flauta de Luz N.º 10
Entre uma visão crítica do expansionismo tecnológico e a abordagem das culturas vernaculares contemporâneas, esta revista procura uma síntese entre o moderno e o primitivo.
Neste número - além do grande questionamento da guerra prosseguido por Jorge Leandro Rosa e da Grande Deserção em marcha documentada por Gaspard d’Allens - começamos a prestar mais atenção ao mundo desertificado reduzido a paisagem para exploração turística ou para insano incremento do extractivismo.
Nas circunstâncias criadas pela pandemia, os espaços rurais, em todo o mundo, passaram a ser encarados com outros olhos pelos citadinos, que aos milhares se lançaram em novas migrações, juntando-se aos neo-rurais e ampliando as tensões aceleradas pelo desenvolvimento do capitalismo.
Em lateral consonância com estas novas ocupações do mundo físico disponível, outras abordagens procuram ir ao cerne daquilo que hoje dá substância demencial ao modus vivendi dominante: o canibalismo póscivilizacional analisado por Günther Anders, as ruínas nucleares em ascensão (Jaume Valentines-Álvarez), a voz do povo digitalizado que é voz de ninguém (Bernardo Ferro), a crítica feminista ao modelo ciborgue (Mary Harrington), as vozes femininas de países mártires (Joëlle Ghazarian), a abolição do sistema prisional (Catherine Baker).
Este número, ilustrado por grandes desenhadores portugueses, continua a debruçar-se sobre a biodiversidade da criação poética, nela incluindo a sátira.
Neste número - além do grande questionamento da guerra prosseguido por Jorge Leandro Rosa e da Grande Deserção em marcha documentada por Gaspard d’Allens - começamos a prestar mais atenção ao mundo desertificado reduzido a paisagem para exploração turística ou para insano incremento do extractivismo.
Nas circunstâncias criadas pela pandemia, os espaços rurais, em todo o mundo, passaram a ser encarados com outros olhos pelos citadinos, que aos milhares se lançaram em novas migrações, juntando-se aos neo-rurais e ampliando as tensões aceleradas pelo desenvolvimento do capitalismo.
Em lateral consonância com estas novas ocupações do mundo físico disponível, outras abordagens procuram ir ao cerne daquilo que hoje dá substância demencial ao modus vivendi dominante: o canibalismo póscivilizacional analisado por Günther Anders, as ruínas nucleares em ascensão (Jaume Valentines-Álvarez), a voz do povo digitalizado que é voz de ninguém (Bernardo Ferro), a crítica feminista ao modelo ciborgue (Mary Harrington), as vozes femininas de países mártires (Joëlle Ghazarian), a abolição do sistema prisional (Catherine Baker).
Este número, ilustrado por grandes desenhadores portugueses, continua a debruçar-se sobre a biodiversidade da criação poética, nela incluindo a sátira.