J. Rentes de Carvalho
Biografia
De ascendência transmontana, J. Rentes de Carvalho nasceu a 15 de maio de 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando para vários jornais. Em 1956 passou a viver em Amsterdão, onde se licenciou e, entre 1964 e 1988, foi professor de Literatura Portuguesa na universidade. Dedica-se desde então exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais e revistas literárias. A sua extensa obra (de ficção, ensaio, crónica e diário) tem sido publicada em Portugal e na Holanda, sendo recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, tendo alguns títulos alcançado o estatuto de best-seller. Recebeu, em 2011, o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE com o livro Tempo Contado, e, em 2013, o Grande Prémio de Crónica APE com Mazagran. Os seus livros estão atualmente disponíveis na Quetzal, que continuará a publicar o conjunto das suas obras. J. Rentes de Carvalho divide o seu tempo entre Amsterdão, na Holanda, e Estevais, Mogadouro – metade do ano em cada lugar.
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La Coca
«O Minho mostrou-se idílico apenas no exterior e durante o dia. A noite era povoada de sombras, de vultos fugidios, ouviam-se os assobios dos espias, apareciam fogueiras a dar sinais.»
Manuel Galeano - que sempre «tivera o contrabando no sangue» - desapareceu antes do segundo encontro. Inesperadamente, como cruzara o caminho do seu velho conhecido em Amsterdão. O primeiro encontro, seguido de uma conversa saborosa no bar de um hotel, cheia de memórias de juventude e de algumas confidências do presente, é o ponto de partida para uma longa evocação e uma viagem tão sentimental como perigosa em busca da história do tráfico entre o Minho e a Galiza. Há tráfico de cigarros, whisky, barras de ouro, gado e café; mas, depois, chegam as drogas duras e os protagonistas de histórias ainda mais carregadas de morte e aventura: Diogo Romano, El Min, Sito Miñanco, o Pardal, o Pepe, Mustafá, Zé Luís e o Laurestim, que durante décadas enformaram o imaginário pícaro local.
Sendo uma viagem de revisitação do autor aos lugares da infância e da primeira idade adulta, La Coca é também uma investigação literária e um pequeno tratado sobre os mecanismos da memória. Um romance breve, profundamente irónico e terno. E a escrita clara, brilhante, de Rentes de Carvalho.
Manuel Galeano - que sempre «tivera o contrabando no sangue» - desapareceu antes do segundo encontro. Inesperadamente, como cruzara o caminho do seu velho conhecido em Amsterdão. O primeiro encontro, seguido de uma conversa saborosa no bar de um hotel, cheia de memórias de juventude e de algumas confidências do presente, é o ponto de partida para uma longa evocação e uma viagem tão sentimental como perigosa em busca da história do tráfico entre o Minho e a Galiza. Há tráfico de cigarros, whisky, barras de ouro, gado e café; mas, depois, chegam as drogas duras e os protagonistas de histórias ainda mais carregadas de morte e aventura: Diogo Romano, El Min, Sito Miñanco, o Pardal, o Pepe, Mustafá, Zé Luís e o Laurestim, que durante décadas enformaram o imaginário pícaro local.
Sendo uma viagem de revisitação do autor aos lugares da infância e da primeira idade adulta, La Coca é também uma investigação literária e um pequeno tratado sobre os mecanismos da memória. Um romance breve, profundamente irónico e terno. E a escrita clara, brilhante, de Rentes de Carvalho.