Ivan Gontcharov
Biografia
Ivan Alexandrovich Gontcharov nasceu a 6 de junho de 1812 em Simbirsk (atual Ulianovsk) e morreu a 15 de setembro de 1891 em São Petersburgo. Filho de uma família de mercadores recém-nobilitados, entrou para a Universidade de Moscovo em 1831, graduando-se em 1834. Em 1835, torna-se funcionário do Ministério das Finanças e em 1856 entra para os Serviços de Censura. Entre 1852 e 1855, participa numa expedição científica e naval ao Japão como secretário do almirante, regressa a São Petersburgo por terra, atravessando a Sibéria. Desta viagem resultará o livro A Fragata Pallada (1858). Historicamente, vive num momento em que a intelectualidade russa começa a usar as suas obras no debate sobre o futuro coletivo do país. Publica os seus primeiros textos literários em 1836 e o seu primeiro romance, Uma História Comum, em 1847. Publicou ainda Oblomov (1859) e O Precipício (1869), para além de artigos de crítica e de memórias para jornais. À época, a crítica literária considerou-o o sucessor de Gogol. Antes de morrer, queimou vários manuscritos inéditos.
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Oblomov
Da colecção de Clássicos do Humor dirigida por Ricardo Araújo Pereira agora em novo formato, com cantos redondos.
Um clássico obrigatório tradução de António Pescada.
«Oblomov parece uma caricatura, mas é um ser humano. É uma daquelas personagens cujo nome passa a integrar o léxico de um país, e se tornam símbolo de determinada característica humana. Assim como dizemos de um discurso que é acaciano, ou de uma atitude que é quixotesca, os russos usam a palavra oblomovismo para designar uma certa indolência apática. Não é uma indolência que rejeita a vida, como a de Bartleby, nem uma incapacidade de agir motivada pela ponderação das consequências dos seus actos, como a de Hamlet. É uma indolência pueril, de quem não pode nem quer abandonar a infãncia para entrar num mundo perigoso, aborrecido, contrário ao seu conceito de vida, e no qual se valoriza uma actividade abominável: o trabalho. Oblomov está assoberbado de inércia como uma criança aborrecida.» —Ricardo Araújo Pereira, dir. da colecção
Um clássico obrigatório tradução de António Pescada.
«Oblomov parece uma caricatura, mas é um ser humano. É uma daquelas personagens cujo nome passa a integrar o léxico de um país, e se tornam símbolo de determinada característica humana. Assim como dizemos de um discurso que é acaciano, ou de uma atitude que é quixotesca, os russos usam a palavra oblomovismo para designar uma certa indolência apática. Não é uma indolência que rejeita a vida, como a de Bartleby, nem uma incapacidade de agir motivada pela ponderação das consequências dos seus actos, como a de Hamlet. É uma indolência pueril, de quem não pode nem quer abandonar a infãncia para entrar num mundo perigoso, aborrecido, contrário ao seu conceito de vida, e no qual se valoriza uma actividade abominável: o trabalho. Oblomov está assoberbado de inércia como uma criança aborrecida.» —Ricardo Araújo Pereira, dir. da colecção