Isaac Bashevis Singer
Biografia
PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1978
Escritor norte-americano de etnia judaica, Icek-Hersz Zynger nasceu a 14 de julho de 1904, em Leoncin, na Polónia, e faleceu a 24 de julho de 1991. Filho de um rabino, acompanhou a família na sua mudança para Varsóvia, quando contava apenas quatro anos de idade. O pai mantinha a esperança de que Isaac se viesse também a tornar um rabino, pelo que o educou nos preceitos tradicionais judaicos, dando-lhe a ler a lei talmúdica e textos aramaicos.
No ano de 1920 ingressou no Seminário Rabínico Tachkemoni, mas logo abandonou os seus estudos, mudando-se para uma aldeia típica judaica, Bilgorai, onde ganhou o seu sustento dando aulas de Hebraico. Ao fim de três anos regressou a Varsóvia, para junto do irmão, um escritor que o encorajou e lhe deu emprego como revisor de provas no Literarische Bleter, onde era editor. Singer começou então a fazer traduções, versando para o Iídiche autores como Thomas Mann, Knut Hamsun e Erich Maria Remarque.
O seu romance de estreia, Der Sotn In Goray, foi publicado pela primeira vez na Polónia em 1932. Utilizando um estilo que remontava ao das crónicas judaicas medievais, foi escrito originalmente em Iídiche, e contava a história da vinda de um falso messias no século XVII. Em 1933 passou a trabalhar como editor-associado da publicação Globus e, em 1935, tornou-se correspondente estrangeiro de um jornal diário. Nesse mesmo ano separou-se da família e decidiu emigrar para os Estados Unidos da América, fixando-se em Nova Iorque. Deu início a uma colaboração com o jornal Forverts, impresso nos Estados Unidos em idioma Iídiche. Adotou a cidadania norte-americana em 1947.
Em 1950 publicou Die Familje Moshkat, o seu primeiro romance a ser traduzido para o Inglês. A obra fazia parte de uma trilogia que descrevia a saga de uma família judaica, continuada com os dois volumes Der Hoyf In Forverts (1952-55), versados para a língua inglesa com os títulos The Manor (1967) e The Estate (1969).
Der Kunstnmakher Fun Lublin apareceu em 1960, a que se seguiram, entre outras obras de sucesso, Der Knecht (1962) e Shosha (1978), ainda em Iídiche e, em tradução, When Schliemmel Went To Warsaw and Other Stories (1968), escrito para um público infantil, Enemies, A Love Story (1972, Inimigos, Uma História de Amor) e The Penitent (1983).
Em 1964 foi eleito membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano, tornando-se no único a escrever numa língua estrangeira e, em 1978, foi honrado com o Prémio Nobel da Literatura.
Isaac Bashevis Singer. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
Escritor norte-americano de etnia judaica, Icek-Hersz Zynger nasceu a 14 de julho de 1904, em Leoncin, na Polónia, e faleceu a 24 de julho de 1991. Filho de um rabino, acompanhou a família na sua mudança para Varsóvia, quando contava apenas quatro anos de idade. O pai mantinha a esperança de que Isaac se viesse também a tornar um rabino, pelo que o educou nos preceitos tradicionais judaicos, dando-lhe a ler a lei talmúdica e textos aramaicos.
No ano de 1920 ingressou no Seminário Rabínico Tachkemoni, mas logo abandonou os seus estudos, mudando-se para uma aldeia típica judaica, Bilgorai, onde ganhou o seu sustento dando aulas de Hebraico. Ao fim de três anos regressou a Varsóvia, para junto do irmão, um escritor que o encorajou e lhe deu emprego como revisor de provas no Literarische Bleter, onde era editor. Singer começou então a fazer traduções, versando para o Iídiche autores como Thomas Mann, Knut Hamsun e Erich Maria Remarque.
O seu romance de estreia, Der Sotn In Goray, foi publicado pela primeira vez na Polónia em 1932. Utilizando um estilo que remontava ao das crónicas judaicas medievais, foi escrito originalmente em Iídiche, e contava a história da vinda de um falso messias no século XVII. Em 1933 passou a trabalhar como editor-associado da publicação Globus e, em 1935, tornou-se correspondente estrangeiro de um jornal diário. Nesse mesmo ano separou-se da família e decidiu emigrar para os Estados Unidos da América, fixando-se em Nova Iorque. Deu início a uma colaboração com o jornal Forverts, impresso nos Estados Unidos em idioma Iídiche. Adotou a cidadania norte-americana em 1947.
Em 1950 publicou Die Familje Moshkat, o seu primeiro romance a ser traduzido para o Inglês. A obra fazia parte de uma trilogia que descrevia a saga de uma família judaica, continuada com os dois volumes Der Hoyf In Forverts (1952-55), versados para a língua inglesa com os títulos The Manor (1967) e The Estate (1969).
Der Kunstnmakher Fun Lublin apareceu em 1960, a que se seguiram, entre outras obras de sucesso, Der Knecht (1962) e Shosha (1978), ainda em Iídiche e, em tradução, When Schliemmel Went To Warsaw and Other Stories (1968), escrito para um público infantil, Enemies, A Love Story (1972, Inimigos, Uma História de Amor) e The Penitent (1983).
Em 1964 foi eleito membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano, tornando-se no único a escrever numa língua estrangeira e, em 1978, foi honrado com o Prémio Nobel da Literatura.
Isaac Bashevis Singer. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
Prémios
1978 - Prémio Nobel da Literatura
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A Cabra Zlateh e outras histórias
… Para Reuven, o peleiro, o ano fora mau, e depois de muito hesitar decidiu vender a cabra Zlateh. Ela estava velha e dava pouco leite. Feyvel, o talhante da vila, oferecera oito moedas de prata por ela. Essa quantia chegava para comprar velas para o Hanukkah, batatas e óleo para fazer panquecas, presentes para as crianças e outras coisas para casa, necessárias para a festa…
Escrito em 1966 e traduzido do iídiche pelo próprio autor e por Elizabeth Shub, "A cabra Zlateh e outras histórias" foi o primeiro livro infantil de Isaac Bashevis Singer. Assaz premiada e mundialmente traduzida, trata-se de uma obra recuperada que reúne sete contos tradicionais judaicos que transcorrem numa povoação de tolos. Destes, os sete anciãos que protagonizam "A neve em Chelm" são os seus tolos mais famosos. Já noutros contos descrevem-se casamentos rocambolescos - "Os pés baralhados e o noivo palerma" -, relata-se a incrível história de um jovem que imaginava estar morto - "O paraíso dos tolos" - ou a valentia de um menino - "O ardil do diabo". De um demoníaco hóspede trata "O conto da avó" e "O primeiro Shlemiel" apresenta um marido guloso e preguiçoso, culminando a obra com o heroísmo de "A cabra Zlateh".
Singer e Maurice Sendak eram judeus; nenhum deles viveu a invasão da Polónia pela Alemanha, mas ambos dedicaram parte da sua obra a recriar a cultura e as tradições das suas raízes. Estes contos mantêm o encanto da oralidade, que é aqui reforçado pelas ilustrações detalhadas de Sendak que evocam as antigas gravuras.
Escrito em 1966 e traduzido do iídiche pelo próprio autor e por Elizabeth Shub, "A cabra Zlateh e outras histórias" foi o primeiro livro infantil de Isaac Bashevis Singer. Assaz premiada e mundialmente traduzida, trata-se de uma obra recuperada que reúne sete contos tradicionais judaicos que transcorrem numa povoação de tolos. Destes, os sete anciãos que protagonizam "A neve em Chelm" são os seus tolos mais famosos. Já noutros contos descrevem-se casamentos rocambolescos - "Os pés baralhados e o noivo palerma" -, relata-se a incrível história de um jovem que imaginava estar morto - "O paraíso dos tolos" - ou a valentia de um menino - "O ardil do diabo". De um demoníaco hóspede trata "O conto da avó" e "O primeiro Shlemiel" apresenta um marido guloso e preguiçoso, culminando a obra com o heroísmo de "A cabra Zlateh".
Singer e Maurice Sendak eram judeus; nenhum deles viveu a invasão da Polónia pela Alemanha, mas ambos dedicaram parte da sua obra a recriar a cultura e as tradições das suas raízes. Estes contos mantêm o encanto da oralidade, que é aqui reforçado pelas ilustrações detalhadas de Sendak que evocam as antigas gravuras.