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Diário de Um Pároco de Aldeia
É de 1936 a publicação da obra mais emblemática de Georges Bernanos, Diário de um pároco de aldeia, na qual verte o seu arguto espírito de perscrutador dos âmagos da alma, nos domínios da mística e das misteriosas dimensões em que atua a Graça na natureza. Neste palco, a fraqueza, a humildade, o sofrimento, o sentido de serviço são as eficazes armas no combate infindável contra a adversidade diabólica. Apelidado de «romancista número um da vida sacerdotal», é considerado «insuperado, até hoje, no desenho e captura psicológica de padres, o que se deve, além do génio, à sua formação e vivência íntima da vida da graça condicionada pelo contacto, angustiante ou tranquilo, com sacerdotes» (in João Maia, Verbo - Encicl. Luso-Brasileira de Cultura).A visão do cristianismo de Bernanos é comparada, por alguns críticos, à do académico francês e nobel da Literatura, François Charles Mauriac e do novelista inglês Henry Graham Greene. Georges Bernanos é apontado como um animado intérprete do mal e da luta que a alma trava para o conter.
Num apontamento sintético sobre Bernanos, a revista Times, ainda em vida do autor, apresentava-o com estes termos: «Georges Bernanos é o mais ilustre autor católico da França e, simultaneamente, o crítico mais atento da Igreja.» E, em entrevista, com o bispo norte-americano Edwin V. O’Hara, Bernanos explicou que os seus severos ataques aos católicos apenas deveriam ser interpretados como a tentativa de os despertar para as suas responsabilidades.