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Diálogos à Margem do Tejo
Os diálogos referidos no título são, na verdade, um único diálogo, melhor dizendo, uma súmula de monólogos entre um cidadão comum, aparentemente instalado no seu conformismo, e o seu outro eu, o crítico lúcido, o revoltado contra uma ditadura incapaz de dialogar, o actor social cujas circunstâncias da vida o levam a interagir com os outros. Nestes contos, o autor traça um esboço da sociedade portuguesa dos anos sessenta. Procurando sempre o delicado equilíbrio entre a síntese do sociólogo e a ironia do escritor, descreve a classe média, os bairros alfacinhas, os artistas, a pobreza moral e económica, o oportunismo social, a pequena burguesia, a corrupção, a oposição política ao regime decadente, a guerra colonial, a clandestinidade, a prisão política, a farsa dos tribunais plenários e, por fim, o sacrifício supremo de alguém que acredita na vitória da democracia. O fio condutor da narrativa é o diálogo do amor e do ódio, do ciúme e da indiferença, da lealdade e da traição que germinam e morrem numa certa Lisboa.
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