Fernando Namora
Biografia
Romancista, ensaísta, poeta e também pintor (1919-1989). Detentor de uma obra vasta e multifacetada, iniciou-se na prosa em 1938 com As Sete Partidas do Mundo, ficção em moldes presencistas. Notabilizou-se com Fogo na Noite Escura (1943). Mais tarde, em 1948, escreveu a 1ª série de Retalhos da Vida de um Médico, e em 1963 escreveu a 2ª série. Trata-se de uma obra marcada pela vivência da sua profissão de clínico. Em 1954 saiu O Trigo e o Joio. Nessa mesma década sofreu Namora a influência do existencialismo, visível em obras como O Homem Disfarçado (1957) e Cidade Solitária (1959). O Rio Triste, publicado em 1982, é, porventura, um dos seus melhores romances.
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Os Clandestinos
Memória da Resistência através de jornadas que empolgam, descida ao labirinto interior do protagonista num movimento para o regresso ao compromisso político, registo do quotidiano burguês entre vulgaridade, luxo, melancolia, análise também dos círculos oposicionistas sem atos nem horizontes ou, em contraste, num jovem, com o irredutível das opções metamórficas, Os Clandestinos, 1972, pela compleição romanesca - ideoleto, personagens (Vasco e Jacinta desde logo), efabulação, mestria compositiva -, por uma singularidade da escrita a renovar-se, é uma obra no topo do percurso de Fernando Namora e da literatura portuguesa legada aos leitores contemporâneos.