Antonio Tabucchi
Biografia
Antonio Tabucchi (1943-2012) nasceu em Pisa, onde fez os seus estudos, primeiro na Faculdade de Letras e depois na Scuola Normale Superiore. Ensinou nas Universidades de Bolonha, Roma, Génova e Siena. Foi Visiting Professor no Bard College de Nova Iorque, na École de Hautes Études de Paris e no Collège de France. Publicou 27 livros, entre romances, contos, ensaios e textos teatrais. As suas obras estão traduzidas em mais de 40 países. Recebeu numerosos prémios nacionais e internacionais. Sozinho, ou com Maria José de Lancastre, traduziu para italiano a obra de Fernando Pessoa. Considerando que a sua pátria é também a língua portuguesa, escreveu um romance em português, Requiem, 1991. O seu teatro foi levado ao palco, entre outros, por Giorgio Strehler e Didier Bezace. O Fio do Horizonte, Nocturno Indiano, Afirma Pereira e Requiem foram adaptados ao cinema respetivamente por Fernando Lopes, Alain Corneau, Roberto Faenza e Alain Tanner.
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O Pequeno Navio
O Pequeno Navio foi publicado em 1978, três anos após Praça de Itália.
Segundo a definição de La Gazzetta del Mezzogiorno, é um livro «doce, profundo, silencioso, feito de ecos, de memória, de nostalgia». É sem dúvida tudo isso, mas tem também, e em contraste, um lado áspero e violento, porque denuncia injustiças, cobardias, prepotências; outro divertido, porque transpira humor malicioso e irónico; e ainda outro instrutivo, fazendo-nos viajar pela história da Itália ao longo do século XX; mas é, sobretudo, um livro arrebatador, pela imaginação desenfreada que nos surpreende, nos faz sorrir e nos comove.
Capitão Sexto, o herói desta história, quer conhecer-se a si mesmo, como recomendava Sócrates; assim, evocados, vêm ao nosso encontro os seus antepassados próximos, figuras masculinas e femininas cativantes, nas quais reconhecemos a rebeldia dos anarquistas toscanos condimentada com uns pós de realismo mágico. Descobriremos factos surpreendentes, anacronismos e até alucinações; mas, como diz Fernando Pessoa, «tudo é símbolo e analogia», e o leitor diverte-se a decifrar a realidade através dos dados da fantasia.
Segundo a definição de La Gazzetta del Mezzogiorno, é um livro «doce, profundo, silencioso, feito de ecos, de memória, de nostalgia». É sem dúvida tudo isso, mas tem também, e em contraste, um lado áspero e violento, porque denuncia injustiças, cobardias, prepotências; outro divertido, porque transpira humor malicioso e irónico; e ainda outro instrutivo, fazendo-nos viajar pela história da Itália ao longo do século XX; mas é, sobretudo, um livro arrebatador, pela imaginação desenfreada que nos surpreende, nos faz sorrir e nos comove.
Capitão Sexto, o herói desta história, quer conhecer-se a si mesmo, como recomendava Sócrates; assim, evocados, vêm ao nosso encontro os seus antepassados próximos, figuras masculinas e femininas cativantes, nas quais reconhecemos a rebeldia dos anarquistas toscanos condimentada com uns pós de realismo mágico. Descobriremos factos surpreendentes, anacronismos e até alucinações; mas, como diz Fernando Pessoa, «tudo é símbolo e analogia», e o leitor diverte-se a decifrar a realidade através dos dados da fantasia.
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