O Ano do Pensamento Mágico
de Joan Didion
Sobre o livro
Livro vencedor do National Book Award
A vida muda num instante. Num dia normal.
É assim que Joan Didion inicia a sua viagem pela memória do ano mais transformador da sua vida, começando na noite em que o seu marido, o escritor John Dunne, com quem foi casada mais de 30 anos, morre de ataque cardíaco, e a sua única filha está em coma no hospital. Com uma escrita tão assertiva como limpa, tão honesta como desarmante, Didion investiga os vivos que sobrevivem aos mortos, revelando, através da sua experiência pessoal, aquilo que é universal a todos: a dor da perda, a necessidade da superação quando tudo parece inútil.
Num registo por vezes jornalístico, recorrendo a estudos, especialistas ou a poemas e obras de arte, outras vezes confessional e literário, mas escapando da autopiedade, Didion deixa o fluxo da sua consciência viajar pelas memórias do casamento, pela experiência da maternidade e da escrita, recordações que emergem a cada momento, quando trata do funeral do marido ou visita a filha inconsciente no hospital.
Uma obra excecional sobre o luto e a dor da perda de alguém que nos é muito querida. Joan Didion é uma mestre das palavras. A escritora e renomeada jornalista consegue proporcionar-nos um relato pessoal da sua própria perda (o marido), mas ao elucidar-nos sobre factos estatísticos e académicos relacionados com o luto, proporciona-nos a sensação da universalidade do luto. Ou seja, que todos sofremos de igual - e, simultaneamente, de diferente - modo. Ficou-me marcada a passagem em que ela relata estar a organizar os pertences do marido para doar e deixar de lado algum vestuário para o caso de ele regressar... Muito marcante.