Viagem
de Cecília Meireles, André Seffrin e Alfredo Bosi
Sobre o livro
Viagem representa um momento de ruptura e renovação na obra poética de Cecília Meireles. Ate então, sua poesia ainda estava ligada ao neossimbolismo e a uma expressão mais conservadora. O novo livro trouxe a libertação, representando a plena conscientização da artista, que pode a partir de então afirmar a sua voz personalíssima: Um poeta é sempre irmão do vento e da água:/ deixa seu ritmo por onde passa, mesmo que esses locais de passagem existam apenas em sua mente. Como o titulo sugere, o livro e uma longa e sedutora viagem, mas por rotas imaginarias, identificadas com os sonhos que se dissolvem em lonjuras sem margens, com vaga consistência de realidade, na qual as palavras se harmonizam em pura musica: Estou diante daquela porta/ que não sei mais se ainda existe.../ Estou longe e fora das horas,/ sem saber em que consiste/ nem o que vai nem o que volta.../ sem estar alegre nem triste.