Verso e Prosa
de Mário de Sá-Carneiro
Grátis
Sobre o livro
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.
Excerto
«Neste volume se reúnem os livros de Mário de Sá-Carneiro, por ele publicados, Princípio, de 1912, Dispersão e A Confissão de Lúcio, ambos de 1913, e ainda Céu em Fogo, de 1915. Acrescenta-se o livro Indícios de Oiro, datado de 1915 e publicado postumamente em 1937 pela editora da revista presença, e juntam-se ainda vários poemas e textos soltos, publicados dispersamente ou enviados em cartas a Fernando Pessoa—tal como em notas finais se esclarece.
Fica, assim, composto um conjunto coerente de textos que integra o que de mais marcante escreve, em verso e prosa, um autor capital da nossa modernidade.
Não se inclui a escrita anterior a 1910, sobretudo a juvenília poética e os primeiros contos, e que representa a fase de construção de uma voz que só a partir de Princípio se constitui em toda a singularidade. Também não se incluem as peças de teatro que escreveu e chegaram até nós, e cujo interesse é apenas acessório relativamente à sua obra poética e narrativa. E, finalmente, também ficam de fora as cartas, que têm, sobretudo as que enviou de Paris a Fernando Pessoa, uma enorme importância literária e testemunhal, mas que formam um vasto conjunto à parte.»
António Guerreiro, Expresso
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Mário de Sá-Carneiro nasceu 100 anos antes do que devia. Ler Mário de Sá-Carneiro é fazer uma homenagem à vida, ao viver, sempre acompanhado de sofrimento mas de uma vida em pleno. Não é necessário viver muito mas sim viver bem. Sá-Carneiro viveu 25 anos e a sua profícua produção literária concentra-se nos últimos 3/4 anos. Se não se tivesse suicidado (em festa) não tenho dúvidas que teria sido um escritor maior que Fernando Pessoa (grande amigo seu). Arrisco-me a afirmar que a obra de Fernando Pessoa se deve muito a esta amizade. Ler Sá-Carneiro é fazer uma viagem ao subterrâneo da condição humana. É navegar pelas águas lamacentas do ser. Viver em Mário de Sá-Carneiro era sofrer, era ter sempre presente a nossa condição de mortais que um dia acabam por morrer. Se assim é, porque deixar nas mãos do destino esse dia e não sermos nós a decidir o dia de partirmos para sempre? Esse seria um dia de festa uma vez que não foi obra do acaso mas sim do nosso Deus que somos nós. Como o próprio afirmou :"Quando eu morrer batam em latas, Rompam aos saltos e aos pinotes, Façam estalar no ar chicotes, Chamem palhaços e acrobatas! Que o meu caixão vá sobre um burro Ajaezado à andaluza... A um morto nada se recusa, Eu quero por força ir de burro." FIM