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Sobre o livro
O contributo das expressões idiomáticas usadas na imprensa para a definição das características de um povo é a conclusão mais óbvia deste livro, em que também se desmitificam conceitos e se anulam ideias pré-concebidas, como a de não ser nos periódicos populares que estas expressões mais aparecem, mas antes em alguns dos ditos de referência. Além de outra, que cremos configurar uma imagem de marca do discurso periodístico hodierno: a de que graças ao sistemático recurso a uma linguagem de pendor popular que, numa feliz simbiose alterna com a padrão, e a condiciona, é possível, a partir do repositório de especificidades aduzidas chegar facilmente à elaboração do retrato do nosso povo. Com efeito, as características que ressaltam como definidoras da sua idiossincrasia permitem, mais do que alcançar um retrato-robô, desenhar com toda a clareza os contornos da alma popular nas vertentes que lhe são imanentes e constituem a sua imagem fiel. Quanto às vantagens ou desvantagens da reiterada utilização destes idiomatismos na imprensa, cremos que, pela sua expressividade, contribuem para conferir uma certa leveza e vivacidade ao discurso, na medida em que ajudam a quebrar o tom tendencialmente estereotipado e um tanto monolítico imanente de determinados textos noticiosos/opinativos. Razão pela qual, desde que impere o bom senso, nada haverá a obstar à utilização destas expressões na linguagem jornalística.