Um Muro e Uma Cerca
de Elisabete Martins de Oliveira
Grátis
Sobre o livro
Pequenos gestos podem mudar o rumo de uma vida.
Elias vive sozinho numa casa demasiado grande, já sem os três filhos, que emigraram, e sem a mulher, que morreu. Quando uma família se muda para a moradia ao lado — entre as muitas que de repente chegaram à Margem Sul do Tejo, desafiando-lhe o sossego —, desenvolve antipatia e desconfiança para com os vizinhos.
Do outro lado, contudo, um rapaz negligenciado pelos pais e pela avidez da vida moderna vai-se aproximando, curioso, apesar das barreiras erguidas por Elias. Com Santiago a começar de forma turbulenta o quinto ano na escola nova, o menino procura consolo e atenção junto do vizinho.
A sintonia entre Elias e Santiago cresce, mas uma notícia perturbadora vem ameaçar-lhes a amizade e trazer ao de cima as vidas difíceis que levam, e os segredos que escondem um do outro.
Alternando entre o ponto de vista de Elias, um septuagenário que vive sozinho após a morte do amor da sua vida, com os filhos no estrangeiro e a ligarem pouco ou nada ao pai, este passa os seus dias a esculpir pequenos animais em madeira; e Santiago, menino de 10 anos, totalmente negligenciado pelos pais, que acabou de se mudar para a casa do lado. Entre os dois ergue-se um muro, depois uma cerca, e aparentemente todo um fosso geracional. Mas Santiago é um menino atípico, e começa a abrir uma brecha no coração que Elias julgava fechado para sempre! Apesar do exagero de algumas situações, achei que tinha o seu propósito na história. Gostei muito e levo desta narrativa a amizade entre estas duas personagens.
Mas que livro, que história tão bem escrita com um enredo simplesmente maravilhoso. Uma amizade improvável mas é muito mais que isso, este livro é uma lição de coragem, resiliência, de empatia e do verdadeiro sentido da palavra FAMÍLIA. Terminei agora, confesso que estou com uma dor no peito enorme, ao longo do livro revisitei muita coisa. Adorei... estou ansiosa a espera do próximo. Parabéns a mais uma brilhante ¿ escritora portuguesa. Que venham mais.¿¿