Saponárias
de Jaime Milheiro e Joaquim Pinto Vieira
Grátis
Sobre o livro
«(...) Apreciei devidamente o produto do labor dos dois artistas, criado pela cumplicidade extrema entre o que leio e escuto do Jaime com o que vejo e imagino do Joaquim.
Não por acaso, a solução encontrada pelo tandem texto-e-ilustração, muito inteligente e engraçadíssimo, potencia-os mutuamente e permite uma liberdade imensa de registos: desde o vencedor fanfarrão ao perdedor choramingão, sempre com ironia e gozação.
(...) O herói de Saponárias é de vinte valores e o Joaquim Pinto Vieira desenha-o de uma forma magistral. (...) Às vezes até parece ter consciência, mas aí já não sei onde acaba o escárnio dos autores, vide a escassez da consciência do Homo-sapiens.
(...) O livro é estruturado de forma muito engenhosa, misturando aventuras do passado e do presente (...) como dois enamorados sapinhos transportando uma mala do BPN. É também muito inteligente o recurso a textos provocadores e ilustrações à maneira (...) o sapo o mais «verde», a Chagall, o mais fresco, a Giotto e o mais fauve, a Matisse. E por aí fora…
(...) Não sei se a capa de livro representa o Cabo da Roca ou Finisterra (ou Fisterra, à galega) mas tropeçamos mesmo no ponto mais ocidental.
Assim, a quimera de texto e imagem documenta em doses (des)equilibradas de mal dizer e bonomia: a (ultra)periferia, o mar desconhecido, a orografia, a religião, a escravatura e até a inveja de Dom Camões.
Está lá quase tudo e estamos lá todos.
Parabéns aos autores»
Manuel Sobrinho Simões