Grátis
Sobre o livro
Nicolau Tolentino, João Penha, Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Álvaro de Campos, Jorge de Sena, Alexandre O’Neill, Liberto Cruz, Manuel António Pina, Daniel Faria, na poesia, e Camilo Castelo Branco, Raul Brandão, Aquilino Ribeiro, José Saramago, J. Rentes de Carvalho, Afonso Cruz e Valter Hugo Mãe, na ficção, são os autores que Carlos Nogueira estuda neste livro, cujo mote é um verso de Manuel António Pina: São feitas de palavras as palavras.
As obras estudadas nos vinte ensaios aqui reunidos beneficiam já, regra geral, de um reconhecimento da história e da crítica literárias, que lhes atribuem valor literário e sociocultural; mas há autores e textos cuja importância, embora não negada pela generalidade da crítica, não está ainda suficientemente esclarecida. As propostas de leitura de Carlos Nogueira visam contribuir para o esclarecimento de alguns aspetos mais polémicos ou menos estudados dessas obras e desses escritores.
Carlos Nogueira reconhece na literatura e nos estudos literários um lugar central na História e na evolução do ser humano e da sociedade, e este livro, dividido em duas secções (Poesia e Ficção), é o reflexo disso mesmo; reflexo, também, de obras teóricas que, independentemente dos seus princípios de base (mais biografistas, psicologistas ou socioculturais, mais formalistas e estruturalistas, mais de estilística e retórica, etc., ou mais de síntese entre as várias orientações), têm sido decisivas para a constituição da crítica literária moderna e do seu propósito de determinação, na medida do possível, dos sentidos e valores de um texto literário ou de um sistema de obras literárias.
De toda essa teoria e prática críticas é devedora a atividade de crítico literário de Carlos Nogueira, seduzido pela natureza verbal da literatura e pelo que nela é imagem e (re)construção do humano, das suas ideias, dos seus valores e das suas ações.