Pequeno tratado sobre as Ilusões
de Paulinho Assunção
Sobre o livro
(…) Ele vinha todos os anos e sempre chegava com as primeiras chuvas de Novembro.
Em Outubro, eu já começava a esperá-lo, já sentia o seu cheiro no vazio da cama, o seu odor de almíscar, de gengibre e de terras longínquas.
Mas os sinais da sua vinda também invadiam o meu corpo, ora empedrando a ponta dos seios, ora retesando os músculos das coxas.
Chamei-o Naban desde o primeiro dia, desde a primeira vez, e assim ficou. De mim, ele conhecia até a alma, e um nome falso: Desdália. No resto, imitávamos os bichos, os de garras, os de peçonha. (...)