O Sacrilégio de Odivelas
Teatro
de Jorge Martins
Grátis
Sobre o livro
Lisboa, 23 de Novembro de 1671. No Rossio, frente ao Palácio dos Estaus, a multidão acotovela-se junto ao cadafalso para ver de mais perto as expressões de sofrimento de um condenado especial do Tribunal do Santo Ofício. O cortejo detém-se e, um a um, os altos dignitários da Corte de Portugal, tendo à cabeça o Príncipe D. Pedro II, ocupam os assentos protocolares. Inicia-se a leitura da sentença de António Ferreira, enquanto a fogueira faz subir aos céus as suas labaredas redentoras.
O infeliz condenado, um rude trabalhador do campo, nos seus 19 anos de vida, visivelmente sofridos e acentuados pelas sevícias do tormento a que fora submetido para confessar o inconfessável, tremulamente, coloca as mãos a preceito, que lhe são cortadas a sangue frio.
Entre os gritos lancinantes da vítima, as preces angustiadas dos padres da Inquisição e os apupos delirantes da turba popular, António Ferreira é conduzido ao poste do sacrifício supremo. O vento estava de feição, o fogo abraçava o sacrílego ladrão do Santíssimo Sacramento. Cumpria-se a vontade divina através do inevitável castigo terreno: estava redimida a Corte, restituída a dignidade dos Santos profanados e devolvida a acalmia ao Reino, que tanto se exaltara e penitenciara, na sequência dos dramáticos acontecimentos do caso de Odivelas.
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