Sobre o livro
Não é comum reconhecer-se que vivemos ainda, no plano político, o pós-salazarismo.
Mas sem a aceitação desta hipótese básica, a evolução política verificada nestes anos, sejam quinze ou apenas dez, não é aplicável. Aliás, uma análise atenta das personalidades políticas, das suas posições e das suas variações, ou uma apreciação dos percursos estratégicos de forças e correntes políticas que depois se organizaram sob a forma de partidos, mostraram com suficiente clareza que há indicações de continuidade neste período longo de quinze anos. Entre a evolução na continuidade e a revolução na continuidade a diferença política real é muito menor do que se esperaria de uma mudança de regimes do autoritarismo para a democracia.