Sobre o livro
No início... houve um macaco espertalhão que desceu da árvore para comer frutos caídos no chão, mais maduros, logo, mais doces, logo, mais fermentados, isto é, com um leve cheirinho a álcool. Outros macacos se lhe seguiram e, com o aumento das calorias consumidas, foi um passo até que lhes crescesse o cérebro, a coluna se endireitasse e as mãos se libertassem. Mais um passo... e estávamos a ir à ópera.
A teoria que coloca o álcool na origem da evolução humana justifica a nossa insaciabilidade milenar. É dela que parte o escritor Afonso Cruz para este retrato inusitado da civilização acumuladora, gananciosa e um tanto louca na qual desembocámos. Do macaco original à criação da cerveja, que impulsionou a sedentarização e cativou Jesus Cristo, assistimos ao desenrolar das consequências do consumo de álcool. Da embriaguez à civilização, a nossa história nunca foi contada assim.
Um ensaio absolutamente brilhante, cheio de humor, carregado de referências bibliograficas, de Erasmo a Desmond Morris, entre tantos outros... Lê-se num par de horas, ou melhor, devora-se, já com o desconto de tempo para as notas que a cada passo temos vontade de tirar. Indicado terapeuticamente para apreciadores ou não de alcool, para apreciadores ou não de história, para apreciadores ou não de livros...