O Caçador de Elefantes Invisíveis
de Mia Couto
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Sobre o livro
Finalista Prémio Livro do Ano Bertrand 2021 - Ficção Lusófona
Mia Couto volta a um género literário que pratica com reconhecida mestria desde a sua primeira obra em prosa, a coletânea Vozes Anoitecidas, que a Caminho publicou no já longínquo ano de 1987.
O Caçador de Elefantes Invisíveis recolhe sob este título, que é também o de um dos contos antologiados, as belas histórias que a revista Visão vem publicando mensalmente.
Aproveitou a oportunidade para lhes dar uma demão, mais ou menos intensa aqui e ali, e presenteia-nos com um livro que está à altura das melhores obras que neste género se escreveram em língua portuguesa. O estilo é sóbrio e preciso, os temas são vários e diversos, o lugar donde o autor vê o mundo e o retrata neste livro é tão amplo que nele cabe tudo.
Entre a história do pobre velho, ou melhor, de um velho pobre que recebe em casa um enfermeiro em serviço de rastreio da covid 19, e, já no fim do livro, a conversa das estátuas que descem dos seus pedestais, descem e não são derrubadas, para conversarem sobre os males e os equívocos deste mundo, entre uma e outra destas histórias o leitor encontra personagens e cenas que não lhe sairão tão cedo da memória.
O Caçador de Elefantes Invisíveis é uma vez mais Mia Couto no seu melhor.
É uma escrita sóbria, poética e certeira. A teia de surpresa e de espanto na qual se verá enredado o leitor advém do caráter insólito, dos enredos enigmáticos, da obscuridade e da luz em cada narrativa. Cada vida é única, as circunstâncias irrepetíveis, e o ser humano, na sua pureza, incoerência, espontaneidade e fragilidade, protagoniza histórias que ninguém se atreveria a sonhar. Os vinte e seis textos desta obra foram publicados ao longo de dois anos na revista Visão, ainda que, na presente edição, tenham sofrido alterações residuais, “uma demão, mais ou menos intensa aqui e ali”, como refere o editor na badana do livro. Refletem já episódios muito recentes, à escala mundial, localizados em diversas regiões de Moçambique. Em algumas histórias o autor refere a pandemia do novo coronavírus (Um gentil ladrão, A imortal quarentena), assim como em O caçador de elefantes invisíveis, o conto cujo título abrange o conjunto dos diversos textos antologiados. Em outros relatos, como O vice-viajante, descreve a ação do terrorismo e o seu impacto trágico junto das famílias e das populações...