O Busto do Imperador
de Joseph Roth; Tradução: Álvaro Gonçalves
Grátis
Sobre o livro
Na pequena aldeia de Lopatyny, situada na antiga Galícia Oriental, onde o próprio Roth nasceu, vive o velho conde Franz Xaver Morstin. Relíquia do derrotado Império Austro-Húngaro, é obrigado a conformar-se com a diminuição do seu estatuto e com as trágicas mudanças ocorridas na Europa após a Primeira Guerra Mundial. Só um busto em arenito barato, representando a figura do Imperador Francisco José, feito «pela mão desajeitada dum jovem camponês» e colocado em frente à sua casa lhe dá a vã ilusão de nada ter mudado…
Se esta novela de Roth, escrita no exílio francês e publicada no jornal parisiense de língua alemã Pariser Tageblatt, em 1935, constitui, por um lado, uma tentativa de fuga da realidade que se vivia na altura na Alemanha e na Áustria para a sua remota Galícia, por outro, representa uma defesa utópica dos valores de tolerância resultantes do cosmopolitismo, que era o traço essencial do Império Austro-Húngaro.
Bom livro, que sem necessitar de ser extenso, conta uma interessante história que nos faz refletir sobre o sentido do nacionalismo e o efeito do decorrer do tempo e das mudanças sociais sobre as pessoas. Tem a vantagem de o autor ser austríaco: o que nos faz conhecer outras realidades para além das habituais. Recomendo vivamente a leitura.