Melodrama
de Jean-Marie Thomasseau
Grátis
Sobre o livro
O teatro moderno, em suas feições mais inovadoras, resgatou o gênero melodramático da marginalidade artística que o gosto bem-pensante e, na sua esteira, o academismo literário-teatral o condenaram no século XIX e parte do século XX, como atentatório ao drama bem regrado. Falar do teatro do absurdo, teatro-dança, teatro de diretor, teatro performático, os termos das novas linguagens cênicas da contemporaneidade teatral, é falar de outras tantas versões ou recriações às vezes diretas do melodrama. O melodrama irrompeu em um contexto bastante peculiar, na França da Revolução. As transformações políticas e sociais que aí tiveram lugar provocaram, desde logo, um extraordinário aumento de público, não apenas nas feiras e tablados onde os espetáculos eram feitos para a grande massa e por ela vistos e apreciados, mas agora nos teatros. Uma audiência, em seus estamentos populares e médios, fortemente sensibilizada pelos anos críticos de agitação e violência, passou a freqüentar os espetáculos de uma arte cênica mais formalizada e a trazer o seu fermento para a eclosão de uma nova maneira do fazer dramático, que se cristalizou, sobretudo, no melodrama. Engendrado sob o signo de acontecimentos impactantes, sua vara mágica transformou em mitos e maravilhas as situações que constituíam a sua experiência vivida nas ruas e nas assembléias. De fato o gênero nasceu com a estrela da síntese audaciosa nos tipos e da comunicação de massa nos enredos e nas falas.