Sobre o livro
João de Almeida Santos desenvolve, neste livro absolutamente fascinante, uma análise impiedosa do sistema de produção industrial da informação. Um sistema, que, ao contrário do que muitas vezes se supõe, nada tem que ver com a construção da democracia e com o respeito pelas regras de escrutínio democrático, com o dever de informar, e de informar com verdade, os cidadãos, mas depende de um sistema proprietário cada vez mais concentrado. Este sistema controla discricionariamente o acesso à esfera pública da opinião, determinando, minuto a minuto, o que tem ou não relevância. Alain Minc, por exemplo, caracteriza muito bem a emergência política do todo-poderoso jornalista, enquanto verdadeiro intérprete do sentimento popular: «Na atmosfera do momento, a sacrossanta opinião resume-se à irresistível aliança da sondagem e do jornalista. Irresistível porque ela alia a crença numa objectividade absoluta - os números e as percentagens - e a mais elegante das subjectividades - o editorial.» Através de uma história da emergência do jornalismo enquanto quarto poder, o autor oferece-nos, neste seu livro, um panorama ao mesmo tempo muito objectivo e devastador do que podemos, hoje, esperar dos media.