Mais poste menos poste
de Margarida Fonseca Santos
Grátis
Sobre o livro
Colecção Comemorativa dos 15 anos da Associação e da Revista CAIS, a Revista que Desperta Consciências e Ajuda os Sem-Abrigo.
15 Anos, 15 Livros Ilustrados, 15 Autores
No âmbito das comemorações do 15º aniversário da CAIS, 15 autores lusófonos cederam gentilmente 15 contos, e todos foram ilustrados por alunos da Escola Ar.Co.
Fundada em 1994, a CAIS é uma Associação de Solidariedade Social sem fins lucrativos, reconhecida como pessoa colectiva de utilidade pública.
Tem como missão contribuir para o melhoramento global das condições de vida de pessoas sem casa/lar, social e economicamente vulneráveis, em situação de privação, exclusão e risco.
A primeira criação desta associação foi a Revista CAIS. O seu principal objectivo é despertar os leitores e a opinião pública em geral, para as problemáticas sociais relacionadas com os sem-abrigo e com outras formas de exclusão.
As vendas revertem para os vendedores (70%). É distribuída por instituições de cariz social em todo o país, que seleccionam, entre os seus utentes, os vendedores CAIS.
Estes 15 livros vêm marcar a comemoração dos 15 anos da CAIS, para que associações como esta possam continuar a existir, por forma a ajudar a melhorar a nossa sociedade.
Lendo estes livros, irá perceber realidades diferentes do nosso dia-a-dia, e seguramente os seus sentidos ficarão mais despertos em relação aos simples gestos que poderão contribuir para um dia diferente de quem vive na rua.
– É que nem isto!!! Nem isto!!! Que merda!!! […]
A rapariga virou-se de novo para o carro. Coçou a cabeça, despenteando ainda mais o cabelo.
– É que nem esta merda consigo fazer!!
– O quê? Partir o carro... ou o poste?
– Não! Matar-me! […]
Luís voltou a sentar-se no chão, agarrando num livro. Deu-lho para a mão.
– Conhece?
– Não – disse Maria a revirar o livro.
– É alguma coisa que preste?
– A história não é má, mas pode dar- -se um jeito. Um pouco gasto, o tema... No fundo, é a história de um homem que anda a ver se foge da vida que tem. O escritor pegou no tema de uma forma muito doentia, muito lamechas. Fugir da nossa própria vida é um assunto muito sério. Há muita gente a tentar fazer isso e a sofrer com isso. Só que a nossa vida é assim como a nossa sombra, não é? Cola-se a nós e não se vai embora. Só quando apagamos a luz é que ficamos sem sombra.»