Histórias do Palácio Foz
de António Xavier
Sobre o livro
Palácio Foz, magnífico edifício na praça dos Restauradores, em Lisboa. A seu lado , o Éden, primitivamente um teatro, "art-noveau", hoje um hotel. Que coisas e pessoas por ali terão passado e o que lá terá acontecido durante quase dois séculos? Residência de marqueses e condes, local de festas sumptuosas, transforma-se, no início do séc. XX, num centro comercial com lojas junto à rua, um restaurante maçónico na cave, um cinema, um teatro e até uma pensão; os salões nobres foram utilizados pela legação dos Estados Unidos da América, pela sede do Sporting Club de Portugal e por dois clubs noturnos, o Club Ritz e o Maxim’s, coqueluche da classe endinheirada. O Eden, sempre umbilicalmente ligado ao Palácio, viria a ser construído no terreno do jardim e das cavalariças.
Mais tarde, com o Estado Novo, o Palácio é a sede da propaganda e da censura. Proíbem-se livros, cortam-se notícias e são banidos ou esquartejados peças de teatro e filmes. Paradoxalmente, lá se instituiu uma cinemateca para preservar filmes e divulgar a arte cinematográfica. Após a revolução de 25 de Abril de 1974, pelo palácio passam várias fações de militares em luta pelo controlo da comunicação social e os agentes culturais lá encontram também o local ideal para tentar impor os seus pontos de vista.
De todos esses acontecimentos e dos seus protagonistas o livro tenta escrever história contando histórias, com o devido enquadramento político e temporal.