Grátis
Sobre o livro
Golan Trevize escolheu o futuro — Gaia, um superorganismo com uma
consciência comum. Um mundo onde a privacidade não é apenas indesejável
como incompreensível. Mas será a escolha certa para o destino da
Humanidade? Apesar de Trevize sentir que sim, isso não é suficiente. Ele tem
de saber.
Trevize acredita que a resposta se encontra no local onde a Humanidade tem
as suas raízes: a lendária Terra… se esta ainda existir. Porque ninguém tem a
certeza da sua exata localização. Tal como ninguém consegue explicar porque
não foi preservado qualquer registo do planeta «perdido». É um enigma que
Trevize está determinado a resolver, uma jornada que vai empreender a
qualquer custo.
Em 1966, a série Fundação foi eleita a melhor
série de ficção científica de todos os tempos.
Brian W. Aldiss
É verdade que avaliar um livro logo após a sua leitura pode traduzir todas as emoções que ela deixou, mas quantas vezes, muito tempo depois, nos arrependemos de ter dado um nota tão alta (ou tão baixa) a determinado livro? A pegada que ele nos deixa depois pode ser diferente da emoção imediata. Depois de ler este livro Fundação e Terra, fico com a sensação de que esta aventura de Golan Trevize e companhia me satisfez muito mais do que a trilogia original, embora tenha avaliado muito bem os primeiros. Este livro em particular foi bem conseguido. Houve alguns diálogos chatos, sobretudo quando Pelorat e Trevize estavam sempre a debater se o segundo gostava da namorada do primeiro ou não, mas fora isso foi um livro cheio de peripécias, a fazer-me lembrar superficialmente da saga Star Trek pela estrutura quase episódica da jornada estelar. O livro é muito mais do que isso e para além de personagens icónicos numa busca incessante por um planeta mitológico (a nossa Terra), ele debate muitas questões que nos podem parecer triviais, mas que não o eram à época. Relembro que o livro foi escrito em 1986 e revela características únicas de navegação espacial, debate questões filosóficas sobre as nossas liberdades individuais e coletivas, com que ainda hoje nos deparamos, e até identidade de género, questionando que pronome usar com alguém que não se identificava com o feminino ou masculino e o cuidado com a sua abordagem. Isaac Asimov era, pois, um homem à frente do seu tempo. Este livro revela ainda um plot twist excelente ao introduzir elementos de outras obras suas como Eu, Robot, por exemplo, neste universo. E apesar de a história ficar bem fechada, é uma pena que o autor não tenha tido tempo para escrever mais sobre ela. Fico a aguardar as prequelas.