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Sobre o livro
Neste ensaio analisa-se a génese e o faseamento da obra de Carlos de Oliveira, entre 1942 e 1978, desde a solidão solidária ao tema do homem acossado, com destaque para a complexa articulação entre a sua obra e o ideário neo-realista (uma escrita de intervenção sociopolítica), a relevância da metáfora especular, a reinvenção/reescrita da paisagem matricial gandaresa, a crítica à condição sociocultural da mulher burguesa, os labirintos do ocaso e a pertinência do conceito do escritor como artesão das palavras e inventor de jogos.
No romance Finisterra - Paisagem e Povoamento, cúpula e síntese da sua anterior obra romanesca e poética, narra-se simultaneamente uma regressão à infância e uma progressão para o fim, relevando-se, nesta intersecção de tempos, um tenso confronto entre as metamorfoses da memória e o seu tendencial apagamento, os sinais e a sua indiferenciação, o real (a paisagem gandaresa e os seus povoadores) e as modalidades da sua representação/ reinvenção estética.