Bons Sonhos
de Anders Roslund
Grátis
Sobre o livro
Um banco habitualmente vazio, num cemitério... Ewert Grens, o solitário polícia, costuma ali sentar-se sempre que a vertigem da realidade se torna demasiado alucinante até para um velho e duro superintendente da polícia aguentar.
Porém, numa dessas ocasiões, uma mulher senta-se junto dele. Está ali por causa de uma criança, enterrada numa campa sem nome.
Uma campa vazia.
Grens sente-se chamado a investigar não só este misterioso desaparecimento como um outro, ocorrido no mesmo dia. Ambas as meninas tinham apenas quatro anos. E a segunda está prestes a ser declarada oficialmente morta.
Tentando perceber como é que os dois casos estão relacionados, Grens implora, uma vez mais, auxílio a Piet Hoffmann, que se recusa terminantemente a sair da reforma – até que um detalhe importante o desvia das suas melhores intenções.
Forçados pelas circunstâncias a trabalharem de novo juntos, Grens e Hoffmann penetram no mais sombrio e abjeto reduto da criminalidade, naquele que constituirá um teste radical às suas capacidades profissionais – e à sua humanidade.
Este dia, que amanheceu com a terrível notícia do início de uma guerra aqui tão perto, talvez seja o dia indicado para escrever esta opinião. Este é um livro que retrata o pior do ser humano. A violência inconsequente e gratuita contra outros. A insanidade de querer controlar, de submeter outras pessoas à força, em constante pressão física e psicológica. Este livro não está relacionado com guerra de armas como a que a Europa de leste vive no dia de hoje. O tema desta obra é tão ou mais bárbaro do que a história que hoje vai ficar registada. Nas suas páginas encontramos uma guerra contra o abuso sexual infantil. O mais ignóbil dos crimes. Crianças que se deveriam sentir seguras junto dos pais, são horrivelmente abusadas por estes. Outras, são roubadas dos braços amorosos dos seus progenitores e levadas para um mundo de podridão. Este livro é duro, é difícil de ler, mas é impossível parar. A escrita é muito envolvente e fez com que eu me imbuísse de um desejo de justiça misturado com vingança que não me deixou largar o livro até terminar. Foi o primeiro livro que li do autor, mas vou pegar de seguida no “A aniversariante”, já publicado em Portugal. Aconselho muito esta leitura. É um tema difícil, mas que deve ser lido e debatido, é um problema real que não podemos ignorar. Por isso, espero que o leiam, que se revoltem e que se unam aos protagonistas nesta luta.