Alá Não É Obrigado
de Ahmadou Kourouma
Sobre o livro
Prémio Renaudot.
Prémio Goncourt des lycéens.
"Alá Não é Obrigado" é uma obra tão peculiar quanto o seu protagonista e narrador, Birahima, uma criança-soldado que assiste à morte da mãe e que, para sobreviver, sai da sua aldeia em busca da tia, a única pessoa que pode cuidar dele. Da Costa do Marfim à Serra Leoa, passando pela Libéria, este órfão de "dez ou doze anos" irá passar por diversos exércitos de guerrilheiros, cujos líderes constituem uma riquíssima paleta de personagens, inesquecíveis pelas piores razões: há loucos e sádicos, psicopatas e figuras ridículas. A traição, a morte, a tortura e a mutilação são lugares-comuns por aquelas paragens. O próprio Birahima não é inocente nem culpado: é apenas uma criança que já viu demasiada violência e morte e de quem, à partida, se poderá pensar já não possuir qualquer noção do bem e do mal. Mas Birahima ainda consegue fazer essa distinção; só que as suas principais preocupações prendem-se com coisas tão fundamentais como sobreviver, alimentar-se, encontrar um sítio para viver e, acima de tudo, evitar ser assassinado.
"Alá Não é Obrigado" é um livro duro, poderoso, intenso, escrito por um autor que muito nos disse sobre a África contemporânea: as estranhas alianças entre chefes de Estado respeitáveis e criminosos de renome, a corrupção generalizada, a culpa, as boas intenções e as dificuldades das Nações Unidas e os desvios sofridos pelos mantimentos enviados pelas organizações não-governamentais. Em suma, uma realidade terrível que o autor nos descreve pela voz inesquecível de uma criança.
Jorge Heitor, In Mil Folhas (Público), 06 de Novembro de 2004
Magazine Artes, Novembro de 2004
"Uma viagem alucinante ao coração do horror. Uma fábula política, a um tempo divertida e feroz, destinada a figurar entre os grandes clássicos da literatura africana."
Le Nouvel Observateur
"Uma obra magnífica cujas páginas, impetuosas e dilacerantes, fervilham de vida."
Le Fígaro
"O uso originalíssimo da linguagem e a acuidade do olhar colocam de imediato esta obra entre os clássicos da literatura africana."
La Vie
"Um dos mais belos romances da temporada."
La Tribune