A Metamorfose
de Franz Kafka
Sobre o livro
Franz Kafka é um dos mais carismáticos autores do século XX.
O corpo das suas obras - na sua maioria, publicadas postumamente - destaca-se entre as mais influentes da literatura deste século.
Os seus temas por excelência centram-se em torno do absurdo, da alienação, da obsessão e da culpa que geram nas suas personagens um sentimento de estranhamento.
As suas obras definem uma boa parte do que ainda hoje se considera como literatura moderna e é considerado um precursor do realismo mágico.
A Metamorfose (1912) narra o estranho caso de um caixeiro-viajante que uma manhã acorda transformado num monstruoso insecto.
E se um dia de manhã, você acordasse transformado num insecto gigante? Não consegue articular palavras humanas, o cheiro da comida causa-lhe repugnância, e chega a haver um momento em que cai no chão, e, com muita dificuldade por causa da carapaça, consegue dar a volta. Kafka transporta-nos neste livro, a um mundo muito seu. Esta é uma história pequena, excelente para os que têm receio de embarcar numa aventura kafkiana de maiores dimensões.
Uma obra do carismático autor Franz Kafka percursor do Realismo Mágico. Uma obra de tão fácil leitura e de complexa interpretação, simplesmente magnífica. Teremos de vestir a "pele" de caixeiro viajante e centramos-nos no período em que se passa. Os valores sociais, políticos e económicos de uma época com a sua hipocrisia subjacente. Uma leitura intemporal gerando sentimento de estranhamento, culpa, obsessão e do absurdo das pessoas. Uma mestria simplesmente divinal.
Kafka conseguiu transmitir com este clássico algo que está entranhado na nossa sociedade há séculos e que dificilmente se irá desvanecer. O pouco interesse que o ser humano tem no bem-estar do próximo, mais ainda se esse for diferente do que é "normal". Em a metamorfose assistimos à crescente solidão de um indivíduo que tem o maior dos problemas da sua vida. Kafka é forte e faz-nos pensar.
Uma crítica à sociedade, onde um individuo é excluído da sociedade. As máscaras que usamos bloqueando o que sentimos ou somos na nossa essência, para muitas vezes nos protegermos diariamente. Escrito com simbologia e metáfora, este pequeno conto de Kafka revela como a realidade de cada um pode ser bem mais fria e assustadora do que à partida possamos imaginar. Uma chamada de atenção para este mundo onde ninguém se importa com o próximo.