Nasceu na Beira, Moçambique, em 1955.
Foi jornalista e professor, e é, atualmente, biólogo e escritor. Está traduzido em diversas línguas.
Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro
do Zimbabwe, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do século XX), foi galardoado, pelo conjunto da sua
já vasta obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007. Ainda em 2007
Mia foi distinguido com o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance O Outro Pé da Sereia.
Jesusalém foi considerado um dos 20 livros de ficção mais importantes da «rentrée» literária francesa por um júri da estação
radiofónica France Culture e da revista Télérama.
Em 2011 venceu o Prémio Eduardo Lourenço, que se destina a premiar o forte contributo de Mia Couto para o desenvolvimento da
língua portuguesa.
Em 2013 foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt.
Em 2020 foi galardoado com o Prémio Jan Michalski de Literatura, atribuído anualmente pela Fundação suíça Jan Michalski, tem o valor monetário de 50.000 francos suíços e inclui também uma escultura em madeira do artista nigeriano Alimi Adewale, e distingue a trilogia As Areias do Imperador, publicada em Portugal pela Editorial Caminho em 2015-2018.(...)
Neste livro conseguimos acompanhar os relatos alternados de Arcanjo, caçador enviado a uma aldeia moçambicana para proteger os moradores dos ataques de leões, e Marimar, uma habitante “rebelde” dessa aldeia. Apresentando ao leitor a ótica de cada um dos protagonistas, Mia Couta insere uma forte crítica social à condição das mulheres africanas que, não por outro motivo, são as principais vítimas dos ataques dos leões.