Sobre o livro
Bravos: assim temos por costume designar os touros. Incarnação da coragem, da bravura, da força. Brava é também a festa desse nome, celebração de cultura ou tradição.
Ou será mesmo assim?
Que bravura tem realmente cada animal - homem e touro - que faz esta dita festa?
As tradições profundamente enraizadas, em diversas zonas do nosso país e do sul da Europa, fazem com que seja difícil encarar esta prática com objetividade e distanciamento. Luís Vicente, professor universitário e investigador integrado no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, traz ao debate uma muito necessária perspetiva. Escreve este ensaio em co-autoria com Ngombe, um touro, e explica a festa brava de um ponto de vista biológico e cultural. Para o fazer, parte de uma fascinante exposição da consciência animal e da própria constituição daquilo a que chamamos vida, com considerações esclarecedoras mas sempre desafiantes sobre a natureza da senciência, do prazer e da dor, da perceção do mundo e do comportamento animal - tanto humano como não-humano.
Um ensaio indispensável não só para compreender o que realmente envolve esta tradição, como também para refletir acerca da vida na Terra e dos nossos deveres e direitos enquanto animais autodenominados racionais.