Sobre o livro
Todos somos Lázaro leva-nos a entender o judaísmo de Jesus e o modo como as suas prelecções foram ao longo dos tempos adulteradas consoante as conveniências de quem assim entendeu proceder.
O Cristianismo evoluiu - e de que modo - desde a crucificação de Jesus
até aos dias de hoje, já que aquilo que actualmente é praticado e que a
Igreja defende, pouco ou nada tem a ver com o judaísmo de Jesus. O
Cristianismo - não nos esqueçamos - é a única religião do mundo em que o
seu padroeiro professava assim uma outra religião, em tudo distinta da
actual. Jesus sempre foi judeu e não cristão.
Por outro lado, muitas das figuras do "Novo Testamento" foram reabilitadas, outras, pelo contrário, propositadamente esquecidas.
E o que dizer das muitas personalidades que nos são mostradas sob
determinados nomes, mas que depois se veio a comprovar serem personagens
diferentes das descritas e mencionadas nalguns casos, ou coincidentes
com outras, apresentadas sob outra identificação? Qual o papel de Maria
Madalena no "Novo Testamento" ou qual a sua influência no
desenvolvimento e propagação dos ensinamentos de Jesus? Quem na
realidade foi José de Arimateia? E porque motivo são omitidos pela
Igreja os irmãos de Jesus? Quem na verdade foi Barrabás? E quem era
Lázaro? Porque insiste a Igreja que Pedro foi o seu primeiro dirigente
após a "morte" de Jesus, quando tal papel coube a Tiago, o Justo? Como é
que é dito e sustentado que Pedro foi o primeiro Papa, quando o
episcopado de Roma só aparece no século III?
Nos dias de hoje, os Católicos - e sê-lo-ão? - recusam-se de uma forma
geral a abordar qualquer assunto que interfira com a sua fé. Porque para
eles, sendo ela sagrada, representa a verdade absoluta e, como tal,
inquestionável.
Este é um livro, sem dúvida actual, que apenas pretende despertar todos
aqueles que continuam a acreditar apenas "no que lhes foi dito e
ensinado" negando-se deste modo a olhar para dentro de si próprios.